O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou, neste domingo (26/3), que a China elogiou o protocolo sanitário brasileiro e a resposta ao caso atípico de vaca louca detectado no Pará. O ministro comentou ainda que a ida de sua comitiva antes da viagem programada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acelerou a retomada das exportações.
"Foi a sexta vez que foi detectado um caso no Brasil. Todos atípicos. E é muito, muito improvável que venha a acontecer um caso clássico no Brasil. Pelo nosso modelo de criação, pela proibição do uso de restos animais na ração animal. É muito improvável que venha a acontecer", declarou o ministro em coletiva de imprensa, na China. Uma comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está no país asiático desde segunda (20/3), e atuou na negociação para a volta das exportações de carne bovina, o que ocorreu na quinta-feira (23/3).
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"Diante de todos os casos ocorridos e com a rigidez do nosso sistema, o que é uma informação importante, quando do levantamento da suspensão do embargo na quinta-feira, eles formalizaram uma carta muito elogiosa ao sistema brasileiro. Muito elogiosa. Nós ficamos lisonjeados", contou Fávaro.
A doença da vaca louca pode surgir espontaneamente em animais mais velhos, o que configura um caso atípico. O caso mais recente ocorreu no Pará, quando um bovino macho foi encontrado morto em uma fazenda com sinais da doença. Nessa variedade, não há risco de transmissão para outros animais nem para humanos. Já o caso clássico da doença ocorre em animais de qualquer idade após ingestão de produtos de origem animal, e representa risco de transmissão. Um dos principais riscos é o uso de cama de aviário, usada para forrar o chão de granjas, na alimentação de bovinos, o que é proibido.
Ida de comitiva no início da semana acelerou liberação do comércio
Fávaro também afirmou que o adiantamento da comitiva do Mapa para a China ajudou a retomar as exportações o mais rápido possível.
"Nós viemos da parte do Ministério da Agricultura, para finalizarmos o caso da vaca louca, porque era uma questão técnica, não era um acordo. Isso foi superado, então já foi um resultado importante. Contratempos acontecem, como aconteceu", contou o ministro. "Imagine se nós não tivéssemos nos antecipado para vir terminar esse processo, para que se tornasse um grande anúncio com a chegada do presidente. Talvez demorasse vários dias a mais, e isso implicaria muito nas relações comerciais brasileiras", acrescentou.