Jornal Correio Braziliense

Petrobras

Contra privatização, petroleiros aprovam estado de greve

Assembleias seguem até o dia 7 de abril para que todos os trabalhadores, inclusive aqueles em turnos de revezamento em prédios administrativos e embarcados, possam votar

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos associados aprovaram o estado de greve de funcionários contra o que chamam de "privatização" em curso da Petrobras. As assembleias seguem até o dia 7 de abril para que todos os trabalhadores, inclusive aqueles em turnos de revezamento e embarcados, possam votar.  

"O ato acontece para firmar posição contrária à privatização em curso da Petrobras e à permanência de gerentes na empresa alinhados ao governo anterior, contrariando o projeto eleito nas urnas. Em todas as assembleias realizadas até agora, a categoria vem aprovando a pauta", diz a nota da FUP.

O principal motivo para o indicativo é a decisão da diretoria executiva da estatal, publicada em 17 de março, prevê prosseguir com os processos que já tiveram os contratos de venda assinados das seguintes unidades: Polos Norte Capixaba, Golfinho e Camarupim (ES); Pescada e Potiguar (RN); e Lubnor (CE). A diretoria jogou a decisão para o Conselho de Administração (CA) da empresa, que ainda não se manifestou.

A decisão da Petrobras ignora ofício do Ministério de Minas e Energia (MME) que pede sua suspensão à Petrobras, por 90 dias, para análise e reavaliação. Desde o fim de 2022, a FUP pede a revisão do acordo de venda de ativos firmado entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a petroleira, ainda em 2019.

“O acordo com o Cade é prejudicial e contrário à política de refino do programa do setor de óleo e gás do governo Lula, que sinaliza a necessidade de ocupar mais o mercado brasileiro, o sexto maior mercado consumidor do mundo”, enfatiza Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.