O secretário especial para reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, participou nesta terça-feira (21/03) de um almoço com deputados e senadores da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), para apresentar a proposta de reforma tributária do governo. Durante a fala, o secretário reforçou que a complexidade do sistema tributário brasileiro amplia imensamente o custo fiscal do país.
Após responder a perguntas no evento, Appy conversou livremente com os presentes, mas quando percebeu que estava sendo interpelado por jornalistas, abruptamente interrompeu a explicação que fazia e disse que não conversava com a imprensa. "Ah, você é jornalista. Não vou falar com jornalista, me desculpe, mas não falo com jornalista", disse e foi saindo do local.
- Entenda propostas de reforma tributária paradas no Congresso
- Complexidade do tema pode dificultar aprovação da reforma tributária
- Haddad diz que reforma tributária terá impacto de 20% do PIB
- Artigo: Reforma tributária não pode ser arbitrária
O secretário, que respondeu longamente as perguntas de empresários e parlamentares, teve o mesmo comportamento em outro evento, quando após uma hora de perguntas e respostas, no evento Renova BR, em Brasília, no começo de fevereiro, se recusou a falar com a imprensa. Durante uma audiência pública, na semana passada, no grupo de trabalho sobre a reforma tributária na Câmara dos Deputados, o secretário evitou os repórteres saindo pelos fundos do plenário.
Apesar de parlamentares repetirem que a reforma tributária é fundamental e dessa vez deve sair, cerca de dez representantes de entidades patronais do setor de serviços questionaram o secretário sobre o efeito de ampliação da carga tributária para os seus segmentos.
Appy reforçou que a proposta defendida pelo governo deve ter um resultado fiscal neutro, ou seja, que não deve ampliar nem reduzir o percentual da carga tributária sobre o PIB e apontou que setores eventualmente beneficiados com isenções, ou tarifas diferenciadas, devem ser discutidos pelo parlamento. Mas o secretário alertou que, se o parlamento decidir beneficiar alguns setores, será necessário aumentar a carga dos outros contribuintes.