Sob pressão das autoridades, o principal banco suíço, o UBS, disse estar disposto a comprar seu concorrente, o Credit Suisse, mas por uma fracção de seu valor, em um momento crucial para realizar essa operação, na tentativa de evitar uma onda contagiosa de pânico nos mercados na segunda-feira (20).
O Credit Suisse é um dos 30 maiores bancos do mundo e sua espetacular queda da bolsa nesta semana gerou nervosismo no mundo financeiro, já sensibilizado após o colapso de entidades nos Estados Unidos.
De acordo com o jornal Financial Times, que foi o primeiro veículo a noticiar a possível compra do Credit Suisse pelo UBS, este último estaria disposto a pagar apenas US$ 1 bilhão, uma fracção do valor de mercado do banco no fechamento dos mercados na sexta-feira (17).
Esta transação está sendo analisada desde de manhã pelo governo federal na capital suíça, Berna, após outras reuniões de emergência na quinta e no sábado.
Segundo o tabloide Blick, o destino do Credit Suisse será selado em uma reunião extraordinária entre o governo e os diretores das duas entidades em Berna.
Uma fusão desse tipo é um assunto complexo que normalmente levaria meses para ser executada, mas, pressionado pelas autoridades, o UBS terá de fechar o negócio em alguns dias.
- Pressões -
As autoridades suíças consideram que não resta outra alternativa a não ser pressionar o UBS a superar suas reticências, ante a pressão dos principais parceiros econômicos e financeiros da Suíça, que temem pela estabilidade de seus próprios mercados financeiros, relatou o Blick.
As normas do banco suíço determinam que o UBS deve consultar seus acionistas durante um período de seis semanas. Para esta operação, no entanto, podem ser aplicadas medidas de emergência, informou o FT, que cita fontes anônimas.
O mercado suíço abre às 8h GMT (5h em Brasília) de segunda-feira e, até lá, espera-se que uma solução tenha sido encontrada, já que o Credit Suisse é percebido como um elo fraco do sistema.
O banco registrou uma queda recorde na quarta-feira, e seu valor de mercado despencou para 7 bilhões de francos suíços (em torno de US$ 7,58 bilhões). Trata-se de uma quantia quase mínima para uma entidade considerada de importância sistêmica, devendo ter sua falência evitada.
Segundo o Financial Times e o Blick, os clientes do banco sacaram 10 bilhões de francos suíços em depósitos em um único dia no final da semana passada, um indício tangível da desconfiança em relação à instituição.
Essas negociações acontecem na esteira de uma semana caótica na Bolsa. O Banco Central suíço teve de intervir e emprestou ao Credit Suisse US$ 53,7 bilhões para lhe dar um alívio e tentar aplacar o nervosismo dos investidores. Sem sucesso.
Segundo a agência Bloomberg, o UBS exige que as autoridades públicas paguem os custos legais e as potenciais perdas que podem chegar a bilhões de francos suíços.
No final de outubro, o Credit Suisse apresentou um grande plano de reestruturação que previa o corte de 9.000 empregos até 2025, representando 17% de seu quadro de funcionários.
Neste domingo, o sindicato dos bancários suíços "exigiu" que seus delegados participem da negociação, levando em conta as "enormes" consequências da operação sobre a força de trabalho.
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