O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o modelo de uma moeda digital brasileira deve ser apresentado em breve. A ideia, segundo ele, é ter algo funcionando no máximo até 2024.
“No mês que vem a gente já vai ter um piloto da moeda digital. O Brasil vai ser um dos primeiros países a fazer isso. A gente vai avançando com o piloto à medida que a gente vai tendo segurança”, disse Campos Neto, nesta segunda-feira (27/2), ao participar de palestra realizada aos alunos do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília.
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De acordo com o chefe da autoridade monetária, o objetivo é fomentar novos negócios no segmento de serviços financeiros, diferentemente do que é visto por outros países em seus estudos de tokenização das moedas soberanas.
Segundo ele, o grande ganho da moeda digital em relação ao Pix é que os pagamentos passam a ser feitos por meio de um contrato digital. “O ente recebedor deixa de ser uma pessoa e vira um contrato digital. Isso tem uma grande melhoria, em várias aspectos”, afirmou.
A criação da nova versão do real promete ser uma resposta incisiva dos bancos centrais à atuação dos emissores de criptomoedas, como o Bitcoin e oEthereum. O presidente do BC disse estar trabalhando também com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na regulação de criptoativos. “É importante a CVM estar 100% alinhada com a gente”, avaliou.
Com a moeda será possível vincular uma transferência a determinadas condições. O cidadão poderá, por exemplo, programar o uso do dinheiro, que só será liquidado se respeitar as condições acordadas.
Pix internacional
Campos Neto afirmou ainda que a autoridade monetária está negociando a formação de um "bloco" de pagamentos instantâneos com Colômbia, Uruguai, Chile e Equador, nos moldes do Pix. Sobre novas funcionalidades do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, ele citou, entre outros exemplos, o Pix automático, que funcionaria de maneira similar ao débito em conta e como nova alternativa para pagamentos recorrentes.
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