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Conjuntura

Inflação do aluguel tem queda de 0,06% em fevereiro aponta FGV

IGP-M recuou após dois meses seguidos de alta. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 0,15% no ano e de 1,86% em 12 meses

Apelidado de “inflação do aluguel”, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,06% em fevereiro, após alta de 0,21% no mês anterior. Com este resultado, o indicador acumula alta de 0,15% no ano e de 1,86% em 12 meses. Em fevereiro de 2022, o índice variava 1,83% e acumulava alta de 16,12% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27/2), pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Os dados mostram também que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,20% em fevereiro, após variar 0,10% em janeiro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,29% em fevereiro. No mês anterior, a taxa do grupo havia caído 0,05%.

A principal contribuição para este resultado do IPA partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -4,38% para 4,07%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,17% em fevereiro, após alta de 0,10% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -1,06% em janeiro para -0,98% em fevereiro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -5,05% para -3,07%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,56% em fevereiro, ante queda de 0,21% em janeiro.

Já o estágio das Matérias-Primas Brutas variou 0,20% em fevereiro, após alta de 1,55% em janeiro. Contribuíram para alta menos intensa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (9,26% para 3,50%), soja em grão (-0,92% para -3,68%) e bovinos (0,65% para -2,74%). Em sentido oposto, destacam-se os seguintes itens: leite in natura (0,22% para 3,53%), café em grão (2,12% para 7,93%) e cana-de-açúcar (-0,60% para 0,88%).

O especialista em mercado imobiliário, Gustavo Favaron explica que os dados representam um alívio temporário, com tendência de alta para os próximos meses. “A inflação dos países desenvolvidos tem aumentado. O FED (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) deu indicativos de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, já que os juros atuais não têm dado conta do crescimento da inflação americana. Paralelamente, o governo federal está discutindo hoje, 27, a retomada dos impostos sobre os combustíveis, o que impacta toda uma cadeia produtiva”, disse. “Então, a minha percepção é que, além de o recuo ser mínimo, beirando a margem de erro, a tendência é de alta para os próximos dois, três meses. É o que o mercado espera, infelizmente”.

Fábio Tadeu Araújo, economista pela FAU Business, ressalta que é importante lembrar que isso é negociado e definido internacionalmente e o Brasil é um grande exportador e importador. “Esse recuo tem contribuído para que o preço do atacado (IPA) continuem caindo forte, inclusive, de janeiro para fevereiro, se considerarmos o acumulado de 12 meses, a queda foi de 3% para 0,42% o que significa que de março do ano passado a fevereiro deste ano os preços aos produtores aumentaram apenas 0,42%”, disse.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Após alta de 0,61% em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,38% em fevereiro. Cinco das oito classes de despesa componentes do indicador registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (2,04% para 0,46%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de -0,21% em janeiro para -4,08% em fevereiro.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,61% para -0,01%), Transportes (0,60% para 0,19%), Vestuário (0,25% para 0,09%) e Comunicação (0,79% para 0,77%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: hortaliças e legumes (2,10% para -6,63%), gasolina (0,72% para -1,00%), roupas (0,24% para 0,11%) e tarifa de telefone móvel (0,27% para -0,31%).

Em contrapartida, os grupos Despesas Diversas (0,26% para 1,69%), Habitação (0,09% para 0,37%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,73%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: serviços bancários (0,15% para 2,61%), aluguel residencial (-0,74% para 1,03%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,32% para 0,82%).

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,21% em fevereiro, ante 0,32% em janeiro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (-0,26% para 0,16%), Serviços (0,53% para 1,10%) e Mão de Obra (0,77% para 0,10%).

Segundo o coordenador dos índices de Preços, André Braz, o recuo dos preços de grandes commodities — com destaque para soja (de -0,92% para -3,68%) e bovinos (de 0,65% para -2,74%) — sustenta o IPA em queda e contribui para um novo recuo da taxa em 12 meses, que passou de 3,00% para 0,42%, o menor patamar desde março de 2018, quando caiu 1,22%. “A inflação ao consumidor também cedeu diante da contribuição menos intensa do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja variação média desacelerou de 2,04% para 0,46%”, explica o coodernador.

Braz comenta ainda que no caso do INCC, que também registrou inflação mais baixa, foi influenciado pelo comportamento da mão de obra (de 0,77% para 0,10%), que registrou alta discreta em comparação ao mês anterior”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

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