Em processo de recuperação judicial, a Americanas possui dívidas que ultrapassam R$ 40 bilhões. Em janeiro deste ano, a empresa descobriu "inconsistências contábeis" no valor de R$ 20 bilhões. Desde então, a rede varejista entrou com pedido de recuperação judicial e a lista de credores vem sendo atualizada.
Segundo o professor do departamento de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília (UnB) Sérgio Nazaré, há indícios de que a dívida total da Americanas pode chegar perto de R$ 47 bilhões, se somados o valor da dívida bruta existente no final de 2022. Os principais acionistas da empresa alegam que desconheciam o rombo bilionário. Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sucupira afirmaram, ainda, que a atuação sempre foi pautada por rigor ético e legal.
"Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país", diz a nota dos acionistas.
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Chances de recuperação
Diante da dívida bilionária, a Americanas entrou com pedido de recuperação judicial para tentar renegociar os débitos e evitar a falência. O objetivo principal desse processo é que a empresa tenha um período para elaborar um plano de recuperação executável e apresentá-lo aos credores que a companhia possui, buscando condições de se reerguer, caso consiga renegociar as dívidas.
O professor Sérgio explica que a viabilidade de uma empresa pode ser entendida em dois segmentos: operacional e econômico. "A viabilidade de uma empresa pode ser entendida a partir do desempenho de seus produtos e serviços, decorrentes de suas decisões de investimento, denominada viabilidade operacional; e de sua condição financeira, decorrente de suas decisões de financiamento e liquidez, conhecida como viabilidade financeira", destaca o especialista.
No processo de recuperação judicial, são tomadas medidas de ampliação de prazos, redução de taxas e custos, com a demissão de funcionários ou fechamento de lojas, por exemplo. "Para que a intervenção, efetivação do processo de recuperação judicial, tenha efeito, alguns direitos são suspensos ou alterados, de forma a propiciar a manutenção da produção, preservando-se a empresa e sua função econômica. Os créditos são reestruturados de forma a conceder 'fôlego' para a manutenção das atividades produtivas através de um plano de recuperação", pontua Sérgio. Entretanto, caso o plano de recuperação não seja cumprido, a Justiça pode decretar falência da empresa.
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