No programa Roda Viva desta segunda-feira (13/2), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, falou sobre a "carta do estouro" enviada ao ministro da Economia Fernando Haddad (PT) no início de janeiro. No documento, o economista justificou o motivo pelo qual a inflação ficou acima da meta em 2022.
A carta não abordou a incerteza fiscal causada pelas medidas adotadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o período pré-eleições, como o aumento de transferência de renda e corte de impostos dos combustíveis. Por outro lado, o documento ressaltou o resultado positivo das receitas e despesas do governo, chamado superávit primário.
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Campos Neto afirmou que a carta segue um formato padrão, e, por isso, não teria abordado esse ponto negativo do governo Bolsonaro. “O comunicado do Copom [Comitê de Política Monetária] tem uma linguagem toda particular, e uma das coisas que a gente faz é acompanhar a evolução fiscal do ano. E o ano terminado em 2022 teve um superávit primário de 1.3”, ressaltou.
O presidente da autoridade monetária disse que, olhando em retrospectiva, levando em consideração o mal-estar que gerou com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), poderia ter ajustado a linguagem da carta para abordar a incerteza fiscal que contribuiu para o aumento da inflação. “Mas eu acho que a mensagem ali era mais da parte macroeconômica, qual era a explicação que a gente precisava dar, em termos de inflação, o que contribuiu para a inflação de curto prazo”, explicou.
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“Como o fiscal contribuiu muito mais para a expectativa de longo prazo, a gente focou muito mais na inflação corrente e descreveu diversos elementos da inflação corrente que surpreenderam para um lado ou para o outro, e o que a gente achava que era a dinâmica disso”, argumentou.
Campos Neto ainda assegurou que a comunicação do Copom não é política e que o mal-entendido com o governo Lula foi resolvido. “Nada é uma mensagem política. É meramente uma linguagem técnica”, concluiu.
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