O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, se defendeu de partidarismo em entrevista ao programa Roda Viva, desta segunda (13/2). Campos Neto, que foi indicado pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, para o cargo, reconheceu a legitimidade das eleições e afirmou que não há tentativa de dificultar a vida do governo Lula.
“O BC é uma instituição de Estado que precisa trabalhar com o governo sempre, estamos sempre abertos a colaborar. Entendo que exista pressa por parte do governo Lula, que exista uma agenda social. Nossa agenda é muito social, se pensarmos em tudo que o Banco Central fez e nas inovações, foram todas visando o social”, disse.
Ele foi além e garantiu que faria “tudo ao alcance” para aproximar o BC do governo e que a “proximidade com algumas pessoas”, desenvolvida durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, não pode ser confundida com a independência de atuação.
“Em termos de atuação, foi a maior subida de juros em ano eleitoral na história do Brasil, duas vezes maior que a segunda (maior) em 2001. E, quando olhamos mercados emergentes, você não verá na história, em um ano e meio, na magnitude que o Brasil fez”, destacou para demonstrar a independência da instituição. “Se o BC estivesse leniente, quisesse participar politicamente, não teria subido os juros. Teria até feito uma política para estourar a inflação para frente, o que não fez”.
Segundo Campos Neto, todos os primeiros anos de governo começaram com alta de juros, com exceção de 2006. “Basicamente, o que o BC fez na primeira reunião foi manter os juros que já vinham. Outra coisa importante, é que alertamos em todas as atas para o problema fiscal que existe”, pontuou, destacando, ainda, que todas as decisões do Banco Central são tomadas em colegiado.
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