IBC-Br indica crescimento do PIB de 2,9% em 2022, diz BC

Apesar do crescimento, o ritmo de alta mostrou desaceleração em relação ao ano anterior, quando houve uma expansão de 4,68%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (16/2) pelo Banco Central (BC)

Rafaela Gongalves

postado em 16/02/2023 10:44

(crédito: Paulo Pinto/Fotos Públicas)

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou crescimento de 2,90% em 2022. Segundo os dados, divulgados nesta quinta-feira (16/2) pelo Banco Central (BC), apesar do crescimento, o ritmo de alta mostrou desaceleração em relação ao ano anterior, quando houve uma expansão de 4,68%.

O indicador veio acima do esperado apenas em dezembro, apresentando alta de 0,29% na comparação com novembro, quando o índice tinha mostrado queda de 0,55%. Na comparação entre os meses de dezembro de 2022 e de 2021, houve crescimento de 1,42% na série sem ajustes sazonais.

Ainda assim, o IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com queda de 1,46% sobre os três meses anteriores, em dados dessazonalizados. Em relação ao mesmo período de 2021, a alta foi de 2,05%.

Mesmo com a retomada após forte onda da pandemia da covid-19 em 2022, com o processo de vacinação, que permitiu o retorno das atividades presenciais e a recuperação do setor de serviços, as vendas no varejo e a produção industrial tiveram desempenho mais fraco que em 2021. A desaceleração pode ser atribuída à redução da demanda de bens e também pelos efeitos contracionistas da política monetária, especialmente nos meses finais do ano.

Cálculo do indicador

O indicador é considerado uma "prévia do PIB", mas nem sempre mostra proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto. O cálculo dos dois é diferente. O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda, incorporado no cálculo do PIB do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.