O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a afirmar que a taxa de juro real de 8% no Brasil não tem explicação. Segundo ele, as maiores economias do mundo e os países emergentes, em sua maioria, têm metas de inflação de 2% e 3%, mas possuem juros reais negativos. As declarações foram em jantar com empresários organizado pelo grupo Esfera Brasil, em Brasília.
"Todo mundo tá com meta de inflação de 2% a 3%, mas com juros negativos. Quem tem juros positivos, tem juros que são metade do Brasil. Oito por cento de taxa de juro real ex-ante não tem explicação. Tínhamos de fortalecer mais o CMN", disse.
Haddad também criticou o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, que segundo ele, "fazia tudo sozinho, sem ouvir ninguém e queria que tudo desse certo". O ministro se mostrou otimista e disse não ocorrerá uma recessão econômica em 2023.
"O fiscal tem de ajudar o monetário, e o monetário ajudar o fiscal. A reforma tributária é fundamental e o geopolítica favorece o Brasil. Não precisamos de espaço orçamentário para coisas que setor privado vai fazer. Eu gosto de PPP, eu e secretário-executivo, Gabriel Galípolo somos 'PPPistas'. Temos de usar vantagens competitivas em energia sem a necessidade de subsídios", disse.
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Reforma administrativa
Porém, Haddad diz acreditar ser ilusório achar que reforma administrativa trará uma significativa redução de despesas públicas. Segundo ele, o melhor serviço prestado pelo governo é o de digitalizar os serviços públicos e fechar as torneiras de auxílios.
"Não acho que reforma administrativa precisa ir na frente. É ilusório achar que a reforma administrativa vai ter grandes ganhos em cortes de despesas. Melhor que a reforma administrativa é digitalizar serviços, fechar torneiras de auxílios.
Podemos atacar penduricalhos de pessoal na tributária sobre a renda, acabar com algumas isenções", disse.
Ao citar a reforma tributária, Haddad declarou que o governo Jair Bolsonaro não conseguiu aprovar a proposta no Congresso porque a medida previa a volta da CPMF.
"O Congresso só não aprovou a tributária porque o governo anterior cismou com a CPMF. O Afif (Guilherme Afif) já procurou o Galípolo para vender a CPMF. Quem acha que o setor de serviços vai perder na reforma está fazendo conta errada", disse.
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