Taxa de juros

Haddad sobre crise com BC: "É ruído, não tem com o que se preocupar"

Em evento do BTG Pactual, na manhã desta quarta-feira (15/2), o ministro da Fazenda minimizou mais uma vez o impasse do governo com o Banco Central. Haddad disse ainda entender a ansiedade do mercado e afirmou que é preciso ter "calma"

Rafaela Gonçalves
postado em 15/02/2023 12:12 / atualizado em 15/02/2023 12:15
 (crédito:  Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou mais uma vez o impasse do governo com o Banco Central por causa da taxa de juros. Durante evento do BTG Pactual, na manhã desta quarta-feira (15/2), ele afirmou ser apenas “ruído” e que o diálogo nunca deixou de existir.

“É ruído. A gente tem que compreender que o nervosismo toma conta, tem muita coisa envolvida. Sinceramente, eu não vejo o motivo, nesse momento, para se preocupar com isso. Vamos nos preocupar com os problemas reais que nós temos para podermos equacioná-los”, declarou.

O ministro disse também entender a ansiedade do mercado com as primeiras medidas do novo governo e afirmou que é preciso ter “calma”. “Eu entendo perfeitamente essa ansiedade do mercado, dessa meninada que fica na frente do computador dando ordem de compra e venda. Cada espirro em Brasília gera uma enorme turbulência, vejo o dólar e a Bolsa, mas isso tudo vai se dissipar”, garantiu.

Expectativas do mercado

Haddad reforçou ter dito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o início do governo seria difícil, mas que a incerteza eventualmente iria se dissipar, à medida que novas medidas na área econômica fossem anunciadas. Para ele, o governo precisa ter “um pouco de sangue frio” para lidar com as expectativas, especialmente do mercado financeiro. 

“Eu disse ao presidente que precisamos de sangue frio, porque ele vai andar em corda bamba. Mas, se a gente passar pela corda bamba, daqui a pouco estamos em uma ponte, em uma avenida. Mas o começo vai ser duro”, avaliou.

Na ocasião, o ministro da Fazenda também lembrou da herança deixada pelo governo anterior, que, somente nos últimos 15 dias, apresentou medidas que implicavam uma renúncia fiscal de R$ 20 bilhões. “Ainda tem muita melancia fora do lugar dentro do caminhão, mas daqui a pouco as coisas vão se normalizando.”

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