EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

Acordo entre Mercosul e Europa atrairá US$ 113 bilhões em investimentos

Embaixador do Brasil em Portugal acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalhará para acelerar as negociações entre os dois blocos econômicos

Denise Rothenburg - Enviada especial
Vicente Nunes - Correspondente
postado em 09/02/2023 15:19
 (crédito: Vicente Nunes/CB/D.A Press )
(crédito: Vicente Nunes/CB/D.A Press )

 

Lisboa — O embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, aposta no acordo União Europeia-Mercosul para facilitar o acesso de produtos brasileiros ao mercado europeu. A expectativa é ampliar as exportações brasileiras para a Europa em até US$ 100 bilhões, em 15 anos, e atrair investimentos da ordem de US$ 113 bilhões no mesmo período. “Será um novo divisor de águas”, disse o embaixador, esperançoso de que a diplomacia presidencial que certamente será exercida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajude a definir uma data para assinatura do acordo, um tema “complexo” em termos de aprovação e ratificação pelo lado europeu.


Na avaliação de Carreiro, Portugal pode ser esse porto seguro para abrir as portas aos produtos brasileiros na Europa. Em abril, por exemplo, Lula desembarcará em Lisboa para 13ª cúpula presidencial Brasil-Portugal. Será a primeira cimeira bilateral desde 2016, quando o primeiro-ministro português sentou-se à mesa com o então presidente Michel Temer, em novembro daquele ano, em Brasília.


Essa retomada das relações políticas, acredita o embaixador, tem tudo para fortalecer a ampliação do comércio entre Brasil e Portugal. O país europeu tem, hoje, investimentos de US$ 10,7 bilhões no Brasil, o 16º no ranking. O capital está concentrado na exploração de petróleo e gás e energia elétrica. A petroleira portuguesa Galp e a EDP — Energias de Portugal, respondem por mais de 70% do investimento direto português em terras brasileiras. “O nosso desafio é diversificar esta pauta”, afirmou Carreiro.


Para ele, a mudança na conjuntura internacional abrirá novos caminhos para o Brasil. Como exemplo, citou a dependência do país pelo mercado global de fertilizantes, o que ficou evidente com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que pode ser uma motivação para que se trabalhe no sentido de ampliação da oferta doméstica.


Segundo os dados que o embaixador apresentou em palestra proferida no último fim de semana no Lide Brazil Conference em Lisboa, do grupo do ex-governador de São Paulo João Doria, 85% dos fertilizantes consumidos no Brasil são importados. “Isso não condiz com a grandeza do agronegócio brasileiro. Temos os minerais necessários, a matéria-prima. Podemos nos tornar grandes produtores. É oportunidade inclusive para investimentos no Brasil”, comentou ele, para a plateia seleta de empresários dos dois países.


Carreiro citou ainda as energias renováveis como outro ramo promissor para investimentos no Brasil. “A guerra acelerou a transição rumo à economia descarbonizada global. Estima-se que, para cumprir suas metas de descarbonização até 2050, a Europa precisará de mais de 2 mil gigawatts de capacidade instalada para a produção de energia renovável. O Brasil terá um papel determinante nesse processo, uma vez que nosso potencial nessa área é enorme”, disse ele, referindo-se a um estudo recente da Empresa de Pesquisa Energética EPE), que aponta um potencial técnico, só na energia eólica, de 700 gigawatts, ou seja, mais de um terço de tudo o que a Europa precisa.


O embaixador ressaltou, ainda, o hidrogênio verde como um outro ramo que o Brasil pode obter sucesso em investimentos, assim como na construção de usinas hidrelétricas. “Esses três segmentos, fertilizantes, energias renováveis e obras de infraestrutura, são estratégicos”, assinalou. Ele considerou que os investimentos em território brasileiro representam o caminho natural para as empresas portuguesas, dado o potencial do mercado e o idioma comum. “Temos visto o movimento inverso, em que muitas empresas brasileiras que querem se internacionalizar na Europa começam sua expansão pelo mercado português, um sinal de que oportunidades para estreitar laços comerciais entre os dois países não faltam”, comentou.

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