Em meio às críticas do presidente da República, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu, nesta terça-feira (7/2), a autonomia do órgão, que segundo ele visa principalmente separar o ciclo de política monetária do ciclo político. O chefe da autoridade monetária afirmou que quanto mais independente for o BC, menos o país paga o custo dos juros.
"Acho que é muito importante por diferentes razões. A principal razão, no caso da autonomia do BC, é desconectar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque eles têm diferentes lentes e diferentes interesses. Quanto mais independente você é, mais efetivo você é, e menos o país vai pagar em termos de custo-benefício da política monetária", disse Campos Neto, em palestra no evento 2023 Milken South Florida Dialogues, em Miami, nos Estados Unidos.
Saiba Mais
- Economia Haddad minimiza conflito com BC e vê ata do Copom "mais amigável"
- Economia Ministros não poupam Bolsonaro em mesa de negociação com servidores
- Economia Caixa e MDS firmam parceria para atendimento especializado a indígenas
- Economia Petrobras reduz em 8,8% o preço do diesel para distribuidoras
A autonomia formal do BC, prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2021, já foi alvo do presidente Lula (PT) em diversas ocasiões. Ontem, durante a posse de Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula voltou a criticar o patamar da Selic, taxa básica de juros da economia, e o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Segundo o chefe do Executivo, a explicação do BC para manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano é "uma vergonha".
Hoje, em um tom um pouco mais brando, o presidente disse que não quer confusão com o Banco Central, mas destacou que o chefe da autoridade monetária deve explicação ao Congresso Nacional sobre sua conduta. "Não quero confusão com o Banco Central. Eu não discuto com o presidente do BC. Ele deve explicação ao Congresso Nacional. Quero é que o Brasil volte a crescer e a distribuir renda", disse ele, em café da manhã com jornalistas independentes, segundo publicação do site 247.
O mercado financeiro tem reagido mal aos atritos, temendo tentativas de intervenção do Executivo na autoridade monetária. De acordo com analistas, a retórica ofensiva de Lula contra a autoridade monetária tem efeito reverso, e só aumenta ainda mais as expectativas de inflação e juros.
Notícias no celular
O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:
Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida. Caso tenha alguma dificuldade ao acessar o link, basta adicionar o número (61) 99555-2589 na sua lista de contatos.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.