Conjuntura

Crédito imobiliário com recursos da poupança recua 16,4% em dezembro

Em todo o ano passado, o volume financiado com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somou R$ 179,2 bilhões, redução de 12,8% frente a 2021, quando houve recorde histórico na retomada pós-pandemia

Rafaela Gonçalves
postado em 02/02/2023 12:32 / atualizado em 02/02/2023 12:33
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de poupança somaram R$ 14 bilhões em dezembro, de acordo com o balanço divulgado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), nesta quinta-feira (2/2). Segundo a entidade, este foi o terceiro maior volume para um mês de dezembro na série histórica. No entanto, o saldo representa um recuo de 16,4% em relação ao mesmo período de 2021.

Em todo o ano passado, o volume financiado com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somou R$ 179,2 bilhões, redução de 12,8% frente a 2021. “Tivemos em 2021 um recorde histórico no pico da retomada da pandemia”, explicou o presidente da Abecip, José Ramos Rocha Neto, ao pontuar os motivos da desaceleração.

Imóveis usados

A associação espera que o crédito imobiliário com recursos da poupança se mantenha resiliente em 2023. A expectativa é de que as concessões de financiamento habitacional com recursos da caderneta vão recuar 13% para um volume de R$ 156 bilhões. Já o crédito com "funding" do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve subir 5% para R$ 65 bilhões. No total, nas duas modalidades, as linhas vão ter uma produção de R$ 221 bilhões, um recuo agregado de 8,3%.

“Em uma economia com juros em patamares altos como está, não é um ambiente propício para o crédito imobiliário. Esperamos uma retomada quando as taxas de juros começarem a baixar. Por hora, imóveis usados devem ter taxas de crescimento e de financiamento maiores”, disse Neto, que afirmou que as taxas de juros do crédito imobiliário tendem a se manter nos patamares atuais ou subir em 2023, mesmo se houver cortes da taxa Selic.

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