Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que a indústria da transformação registrou avanços em 2022, com crescimento de 2,8% no faturamento anual, apesar de registrar queda em dezembro, na comparação com o mês anterior.
Conforme o relatório da CNI divulgado nesta quinta-feira (2/2), os indicadores da indústria de transformação mostraram avanço anual no faturamento, do número de horas trabalhadas na produção, da massa salarial real e do rendimento médio do trabalhador. Apenas a capacidade instalada registrou queda.
O emprego no setor industrial registrou estabilidade pelo segundo mês consecutivo, “reforçando a acomodação do ritmo de crescimento cinco dos seis índices pesquisados”, de acordo com o levantamento. O documento mostra ainda que o ritmo da atividade no setor indica desaceleração em curso, a exemplo do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
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A indústria da transformação representa 95% do PIB industrial. Em dezembro do ano passado, o faturamento real desse segmento recuou 0,4% em relação a novembro, na série livre de efeitos sazonais. Apesar da variação negativa no mês, o faturamento permanece no segundo ponto mais alto desde 2015, conforme os dados do relatório da CNI. No acumulado de janeiro a dezembro, o faturamento avançou 2,8%.
Estabilidade
As horas trabalhadas na produção cresceram 0,6% em dezembro de 2022, na comparação com novembro, na série dessazonalizada. Na comparação anual, houve crescimento de 2,7% das horas trabalhadas em 2022. O emprego industrial permaneceu estável em dezembro, após variação de 0,1% na comparação com novembro, na série dessazonalizada.
“Trata-se do segundo mês consecutivo de estabilidade, reforçando a acomodação do ritmo de crescimento do emprego, que registrou sucessivas altas entre o segundo semestre de 2020 e o segundo semestre de 2022”, informou o documento. No acumulado do ano, o emprego na indústria fechou 2022 com alta de 1,5% frente ao mesmo período de 2021.
A massa salarial real da indústria de transformação cresceu pelo segundo mês consecutivo em dezembro, com alta de 0,3% na comparação com novembro, na série sem ajuste sazonal. No acumulado de janeiro a dezembro, o crescimento foi de 3,7%. O rendimento médio real dos trabalhadores da indústria avançou 0,8% em dezembro de 2022, na comparação com novembro. No acumulado de janeiro a dezembro, o avanço foi de 2,1%.
Tendência de queda
Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou de 0,6 ponto percentual (p.p.) em dezembro de 2022 na comparação com novembro, encerrando o ano em 79,4%, na série livre de efeitos sazonais da CNI. “Ao longo de 2022, a série apresenta uma tendência de queda gradual, mas, ainda assim, permanece acima do patamar praticado entre 2016 e 2019”, destacou o documento. Na comparação com dezembro de 2021, o indicador mostra recuo de 2,1 pontos percentuais.
Os principais fatores que contribuíram para a melhora dos indicadores foram a reorganização das cadeias de suprimentos, a desaceleração inflacionária e a atividade econômica mais aquecida, com reflexo no mercado de trabalho, segundo a economista da CNI Larissa Nocko. “O encerramento do ano de 2022 traz resultados positivos para a indústria de transformação, mas não são resultados a serem comemorados, tendo em vista que em alguns casos apenas recuperam perdas sofridas em 2021 e estão associados a uma perspectiva de estabilidade para a produção industrial do ano”, afirmou a especialista no comunicado da entidade.
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