Em meio a uma crise bilionária, a Americanas (AMER3) entrou com um pedido de recuperação judicial. O documento foi enviado ao mercado nesta quinta-feira (19/1). As dívidas da empresa somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores.
A companhia afirmou que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais "parcela significativa" estava "injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem". Ela atribui a situação à decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que permitiu que o BTG Pactual (BPAC11) bloqueasse R$ 1,2 bilhão da varejista.
O banco é um dos credores mais expostos à dívida da empresa, que identificou rombo contábil de R$ 20 bilhões na semana passada. A empresa está pedindo ainda à Justiça que derrube a liminar obtida pelo BTG e inclua o banco na recuperação judicial.
O processo dará uma trégua para a empresa pagar suas dívidas. A companhia tem até 60 dias para apresentar a primeira versão de um plano de reestruturação, com as principais medidas a serem tomadas para o balanceamento de sua estrutura de capital, e mais 50 dias para convocar uma assembleia de credores para aprovar o plano.
Este é o quarto maior caso de recuperação judicial já registrado no país, perdendo apenas para Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 65 bilhões).
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