Os preços da indústria caíram 0,54% em novembro frente a outubro, sendo a quarta variação negativa seguida do Índice de Preços ao Produtor (IPP). As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (4/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dos recentes resultados negativos, o IPP acumula alta de 4,47% no ano e de 4,39%, em 12 meses. Em novembro, nove das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preço quando comparadas ao mês anterior, em sentido contrário ao que foi observado na variação do índice da indústria geral.
Segundo o gerente de Análise e Metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, essa queda está ligada particularmente ao preço de setores de maior peso na indústria brasileira, em particular alimentos e refino de petróleo. "No caso de alimentos, a entrada da safra de alguns produtos e uma menor demanda em outros casos explicam grande parte das quedas. No caso do refino, a razão principal é o comportamento do óleo bruto de petróleo, do setor indústrias extrativas, no mercado externo”, analisa.
O setor de maior destaque foi a indústria química, com a maior variação (-4,41%) e a maior influência (-0,41 p.p.) no resultado de novembro. “A maior influência na queda de preços na indústria química, em outubro e novembro, está relacionada com a redução dos preços dos adubos", explica o gerente.
"O Brasil importa grande parte do que consome, logo os preços dos produtos produzidos aqui acompanham os preços internacionais, e esses, depois de terem sido elevados no começo do conflito europeu, começaram a cair, com certa normalização dos fluxos de comércio”, diz Alexandre.
Demais atividades
Outras atividades que também exerceram grande impacto foram alimentos (-0,17 p.p.), refino de petróleo e biocombustíveis (0,12 p.p.) e indústrias extrativas (-0,08 p.p.).
Pelo sexto mês consecutivo (e a sétima vez no ano), os preços do setor de indústrias extrativas tiveram variação negativa na comparação com o mês imediatamente anterior, -1,65%. Com isso, o acumulado no ano ficou em -0,76%, o primeiro resultado negativo nessa perspectiva desde abril de 2020 (-4,00%).
Considerando os dois produtos de maior peso no setor, óleos brutos de petróleo e minério de ferro, na passagem de outubro para novembro e no acumulado no ano, suas variações andaram em sentido contrário, com o primeiro subindo e o segundo caindo. Já na perspectiva do acumulado em 12 meses, a variação de preço de minério de ferro continuou no campo negativo, mas óleos brutos de petróleo não aparece entre os quatro produtos de maior destaque na influência.
No caso de refino, pela primeira vez nos últimos quatro meses a variação de seus preços foi positiva (1,01%, com influência de 0,12 p.p., na variação de -0,54% do total da indústria), em linha com o aumento do preço de óleos brutos de petróleo, cujos valores no mercado interno acompanharam a tendência do mercado internacional.
“Voltando aos alimentos, ao longo de 2021 houve aumentos expressivos no preço do café e do leite. Agora, com um clima mais apropriado, sem as grandes chuvas de 2021, foi revertido. Se olharmos o que ocorreu em novembro, veremos que as principais influências na queda de preços vieram da redução nos preços da carne bovina e de frango e no do leite. São todos casos em que a oferta está maior”, complementa Brandão.
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