O economista norte-americano Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel, afirmou que a implementação de uma moeda comum entre o Brasil e a Argentina é uma "ideia terrível". "Não sei quem teve essa ideia, mas certamente não foi alguém que soubesse alguma coisa sobre economia monetária internacional", escreveu Krugman em seu perfil no Twitter no domingo, 29.
"Uma moeda compartilhada pode fazer sentido entre economias que são os principais parceiros comerciais um do outro e são semelhantes o suficiente para que não enfrentem grandes choques assimétricos", afirmou Krugman.
Ele destaca, no entanto, que o Brasil destina somente 4,2% de suas exportações para a Argentina, e a Argentina envia apenas 15% de suas exportações ao Brasil. Além disso, afirma que a estrutura de exportações dos dois países é muito diferente.
"As exportações argentinas são basicamente todas agrícolas. Mais da metade das brasileiras são manufaturas ou combustíveis. Então choques na economia mundial provavelmente causariam grandes mudanças na taxa de câmbio real de equilíbrio", escreveu o economista.
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Alberto Fernández, anunciaram neste mês que irão avançar nos estudos para a criação de uma moeda sul-americana comum para transações comerciais e financeiras, "reduzindo custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa", escreveram em artigo publicado no jornal argentino Perfil.
- Haddad sobre moeda comum: "Não se trata da ideia de Paulo Guedes"
- Eduardo Bolsonaro sobre moeda comum Brasil-Argentina: 'Não pode acabar bem'
O objetivo do governo brasileiro é fortalecer as exportações ao país vizinho.
A medida foi formalizada durante a visita de Lula à Argentina, mas o anúncio de uma possível nova moeda comum entre os dois países causou confusão.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve de reforçar que não se trata de uma moeda única, como o euro na Europa, mas sim de uma unidade comum para as transações entre os países, que não substituiria as moedas oficiais atuais, o real e o peso.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Saiba Mais
- Economia Apesar de promessas, defasagem da tabela do IRPF chega a 148%
- Economia Simplificação tributária estará de volta à pauta do Congresso Nacional
- Economia Americanas: Ministro do Trabalho diz que governo não tem "'saída" para crise
- Economia Preço do etanol cai em 22 estados e DF, diz ANP; média nacional recua 1,82%
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.