Mercosul

Lula fala em condições de negociar moeda comum entre Brasil e Argentina

Acordo sobre integração financeira é um dos motivos da viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Buenos Aires, com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Lula destacou que espera proposta sobre relação comercial baseada em moeda única

Michelle Portela
postado em 23/01/2023 14:20 / atualizado em 23/01/2023 15:18
 (crédito: Ricardo Stuckert)
(crédito: Ricardo Stuckert)

Apesar das críticas, o governo brasileiro negocia acordo com a Argentina a criação de uma moeda comum para ser utilizada em transações comerciais entre os dois governos. "O que nós estamos tentando trabalhar agora é que os ministros possam nos fazer uma proposta de comércio exterior entre os dois países que seja uma moeda comum a ser construída com muitos debates e reuniões", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (23/1).

O acordo é o principal tema da visita oficial do presidente ao país vizinho. "Certamente vocês terão acesso a todos os documentos assinados", disse Lula, ao ressaltar que detalhes sobre os acordos comerciais ainda serão divulgados. "O sonho de criar uma nação latino americana chegou tão perto", destacou o presidente sobre seus dois primeiros mandatos. 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participou da cerimônia ao assinar documentos conjuntos simultaneamente a Sergio Massa, ministro da Economia argentino. "Não sabemos como funcionaria uma moeda comum", ressaltou o presidente argentino Alberto Fernandéz. 

Histórico

O debate cresceu no final de semana após uma entrevista do ministro da Economia argentino, Sergio Massa, ao Financial times. Na publicação, Massa afirmou que os dois países adotariam uma moeda única, a ser usada pela população comum dos dois países, o que surpreendeu o mercado diante da crise econômica que passa a Argentina. 

Diante da polêmica, o governo brasileiro avisou que vai pedir a inclusão no memorando a ser assinado entre os países, de uma cláusula que assegure que não se trata de moeda única entre os dois países, mas de uma unidade financeira a ser utilizada comercialmente, portanto, com finalidade específica. 

A nova unidade poderá se chamar "sur" (sul, em espanhol) e não funcionará em substituição ao real ou ao peso argentino, de acordo com as negociações já anunciadas na noite de domingo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

 

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