O BTG Pactual (BPAC11) obteve a primeira vitória na Justiça contra a Americanas (AMER3), desde a revelação do rombo contábil de R$ 20 bilhões. O resultado aprofunda ainda mais a crise da empresa. Nesta quarta-feira (18/1), uma decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) estabeleceu o bloqueio de R$ 1,2 bilhão depositados pela varejista no banco a título de pagamento de crédito.
O mandado de segurança foi concedido em caráter de liminar pelo desembargador Flavio Horta Fernandes e, na prática, garante a execução de dívidas da Americanas, que avalia pedir recuperação judicial após a descoberta do rombo. A decisão de hoje reverte parcialmente uma sentença de ontem da desembargadora Leila Santos Lopes, da 15ª Câmara Cível, que protegia a Americanas e impedia a execução da dívida pelo banco.
- Ibovespa opera no positivo, acima dos 112,8 mil pontos, nesta quarta-feira
- Entenda como rombo das Americanas afetou investimentos conservadores no Nubank
Saiba Mais
Isto porque uma outra decisão judicial obtida na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro garantiu uma proteção contra o bloqueio de recursos por bancos credores contra a Americanas, ou seja, aqueles com os quais ela possui empréstimos ou outros relacionamentos. Esta decisão também assegurou veto a qualquer antecipação de dívidas pelos próximos 30 dias, até que a empresa decida sobre a recuperação judicial.
O montante de R$ 1,2 bilhão, por exemplo, é de recursos depositados como garantia por empréstimos realizados.
Crise
As decisões seguem a rotina de derrotas da Americanas. Na terça-feira (17), a recusa dos bancos credores em se transformarem em acionistas da loja estremeceu as negociações para a rolagem da dívida da companhia com as instituições financeiras. A percepção dos negociadores foi a de que a empresa tenta "dividir a conta".
Uma das propostas colocadas à mesa era a de que os sócios injetassem R$ 6 bilhões na companhia e que os bancos credores entrassem com outros R$ 6 bilhões — a dívida da Americanas está estimada em R$ 40 bilhões. Os bancos querem que os acionistas de referência — Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira — desembolsem algo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.