A pesquisa Indicadores Industriais, produzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que os resultados do mês de novembro de 2022 não sugerem novos impulsos da indústria de transformação. Divulgado nesta quarta-feira (18/1), levantamento indica que houve uma relativa estabilidade de preços para o avanço dos indicadores financeiros como faturamento, massa salarial e rendimento médio do trabalhador. Neste cenário, o faturamento avançou pelo segundo mês consecutivo e atingiu o ponto mais alto desde 2015.
Em novembro de 2022, o faturamento real da indústria de transformação cresceu 1,4% em relação ao resultado de outubro, na série livre de efeitos sazonais. Comparado com o mês anterior da pesquisa, outubro, a massa salarial da indústria de transformação subiu 1% e o rendimento médio aumentou 0,8% de um mês para o outro. O emprego industrial também registrou alta de 0,3% no período, revertendo queda de 0,3% em setembro de 2022. Na comparação com outubro de 2021, o emprego cresceu 1%.
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Perda do ritmo
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, ressalta a relevância do levantamento para o setor industrial. “Esta pesquisa é muito importante porque acompanha variáveis fundamentais para a compreensão do cenário no qual a indústria de transformação se encontra. Com os resultados de novembro, já compreendemos o que houve em boa parte de 2022 e identificamos uma perda do ritmo de atividade nesse fim de ano, com relativa estabilidade do emprego, das horas trabalhadas na produção e da utilização da capacidade instalada. Ainda assim, apenas em dezembro poderemos completar esse quebra-cabeça”, explica Azevedo.
Na comparação com novembro de 2021, o faturamento da pesquisa mais atualizada teve crescimento de 9,9%.
A pesquisa aponta que as horas trabalhadas na produção mantiveram-se praticamente estáveis em novembro de 2022, na comparação com outubro, ao registrar alta de apenas 0,1% na série livre de efeitos sazonais. Segundo a própria CNI, falta impulso para maior crescimento, mas rendimentos do trabalhador e da indústria seguem positivos.
Emprego estável
Ainda de acordo com o gerente de Análise Econômica da confederação, a atual edição dos Indicadores Industriais, referente a novembro, apresenta um quadro em que a indústria mostra a falta de certos impulsos para continuar a atividade com crescimento. “Por outro lado, as variáveis ligadas ao rendimento do trabalhador e ao rendimento da própria indústria seguem bastante positivas”, avalia Azevedo.
O emprego industrial também permaneceu estável em novembro, após variação de 0,1% na comparação com outubro, na série dessazonalizada. O comportamento recente reforça a acomodação do ritmo de crescimento do emprego, que registrou sucessivas altas entre o segundo semestre de 2020 e o segundo semestre de 2022. Na comparação com novembro de 2021, a alta foi de 0,8%.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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