Reforma tributária

Em Davos, Haddad diz planejar reforma no Imposto de Renda para 2º semestre

Segundo o ministro da Fazenda, o governo precisa levar em conta que não há mais o boom das commodities e criar um "boom da integração"

Victor Corrreia
postado em 17/01/2023 14:32
 (crédito: Reprodução/Youtube @World Economic Forum)
(crédito: Reprodução/Youtube @World Economic Forum)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (17/1) que pretende realizar uma reforma tributária no Imposto de Renda no segundo semestre deste ano. Nos primeiros seis meses, o governo federal deve implementar uma reforma tributária que unifique e simplifique impostos sobre o consumo.

"A reforma tributária que queremos aprovar no Congresso na primeira metade do ano é sobre os impostos de consumo, mas, na segunda metade do ano, nós queremos aprovar uma reforma tributária nos impostos sobre renda, para diminuir a carga tributária das classes mais baixas e fazer as mais altas pagarem mais", declarou Haddad ao participar de um painel especial sobre o Brasil no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também estava presente.

"Queremos reequilibrar o ambiente tributário no Brasil", afirmou ainda o ministro. O governo defende a implementação da reforma proposta pelas PECs 45 e 110, que estão na Câmara e no Senado, respectivamente. As duas trazem modelos parecidos.

"Não há mais boom das commodities"

Segundo Haddad, a agenda do governo é pública e inclui ainda esforços para a industrialização, acompanhada de cuidados com a sustentabilidade e impacto ambiental. O chefe da Fazenda disse também estar cortando recursos para setores "aos quais foram dados recursos de forma irresponsável", e que pretende aumentar o salário mínimo acima da inflação.

"Nós temos uma agenda reguladora para melhorar o ambiente de investimento no Brasil, especialmente com parcerias público-privadas e também concessões e orçamentos públicos em algumas obras que não são lucrativas para o setor privado, mas que são muito importantes", disse Haddad.

O ministro da Fazenda também frisou que há diferenças na economia, em relação aos mandatos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que precisam ser consideradas nesta terceira gestão.

"Nós não temos mais o boom das commodities do começo do século, então teremos que fazer de outra forma. Nós teremos que fazer um boom de integração para favorecer o comércio, transações financeiras, o sistema de créditos na nossa região para chamar a atenção do mundo. Temos uma agenda muito longa, mas muito bem planejada em termos do plano do governo", explicou Haddad.

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