Em mais um dia turbulento no mercado de ações, o índice de câmbio do dólar teve alta de 0,83% e encerrou o pregão no valor de R$ 5,14. A alta foi influenciada pelo aumento no índice DXY, que subiu 0,19% nesta segunda-feira (16/1). O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) fechou em queda de 1,54%, aos 109.212,66 pontos.
O resultado da Bolsa foi influenciado principalmente pela queda substancial das ações da Americanas S.A. (AMER3), que encerraram o dia em queda de 38,4%, vendidas a R$ 1,94.
Na semana passada, a gigante do varejo brasileiro anunciou "inconsistência contábil", o que provocou a saída do antigo CEO, Sergio Rial, e a debandada de investimentos, que acarretaram na queda de 77,33% nas ações na última quinta-feira (12/1) e a reavaliação de agências de risco internacionais, como a Woody’s, que rebaixou a varejista de ‘Ba2’ para ‘Caa3’ (Extrema Especulação).
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A queda das Americanas também provocou a de outras empresas no mercado de ações nesta segunda. A Ambev (ABEV3), que possui muitos acionistas em comum com a varejista, entre eles o dono Jorge Paulo Lemann, teve uma das maiores quedas do dia, de 4,9%.
No sentido contrário, as concorrentes diretas da Americanas apresentaram as melhores performances entre as ações listadas na B3. A Via (VIIA3), responsável pelas redes de lojas das bandeiras Casas Bahia e Ponto, e o Magazine Luiza (MGLU3) tiveram aumento de 10,55% e 12,24%, respectivamente.
Para o professor de economia do Ibmec, William Baghdassarian, a falta de transparência é um dos principais fatores que contribuem para a queda das ações AMER3.
“Se houvesse transparência, se as pessoas conseguissem equacionar o tamanho do problema, você poderia até ter dizer o seguinte, ‘olha, se fizer desse ou daquele jeito, a gente consegue solucionar’, mas como o paraquedas ainda não abriu, ninguém sabe exatamente qual é a situação e isso, dentro da recuperação judicial, vai ter que ser tratado”, avalia.
No intuito de tentar solucionar a crise, o Conselho de Administração da Americanas S.A. anunciou no final da tarde desta segunda, a contratação do banco de investimentos multinacional Rothschild & Co que, segundo o grupo, “atuará como interlocutor da Companhia na renegociação da dívida, a nível Brasil e internacional”.
“A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores. Todos os órgãos sociais (conselho, diretoria e comitês) estão trabalhando conjuntamente com o objetivo de manter as operações da companhia de forma adequada”, completou, em nota, a Americanas S.A.
Vale e Petrobras também caem
O dia também foi marcado por quedas nas ações das principais empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores. Os papéis da Vale (VALE3) encerraram o dia com forte recuo de 1,67%, influenciado pela queda substancial de 4,3% do preço do minério de ferro no Porto de Dalian, na China. Já as ações da Petrobras (PETR4) tiveram uma queda ainda maior, de 2,16%, nesta segunda.
Baghdassarian avalia que a queda das ações da estatal é um reflexo de incertezas sobre a linha que a empresa adotará na nova gestão, além da falta de informações suficientes sobre a atuação econômica do governo federal.
“O fato é que a linha econômica adotada pelo governo, ao contrário do que se esperava, é uma linha que não demonstrou ainda, talvez ela demonstre, mas ela não demonstrou ainda uma credibilidade que ela precisa com relação ao equilíbrio das contas públicas”, analisa o economista.
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*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes
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