REPRESENTANTES DO GOVERNO

Haddad e Marina Silva participam do Fórum Econômico Mundial, em Davos

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acompanhado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, transmitirão a mensagem de que o ataque de domingo "é passado" e que o governo trabalha normalmente, com a economia e o meio ambiente "alinhados"

Rosana Hessel
postado em 13/01/2023 19:56 / atualizado em 13/01/2023 19:57
 (crédito: DOUGLAS MAGNO e EVARISTO SA / AFP)
(crédito: DOUGLAS MAGNO e EVARISTO SA / AFP)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, serão os representantes do governo brasileiro no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), que ocorre dos dias 16 a 20, em Davos, na Suíça. O chefe da equipe econômica tentará passar aos líderes e aos maiores investidores do planeta que participam do WEF é que o Brasil virou página, voltará a ser um importante ator internacional, e, por meio da economia é que o Brasil vai voltar a se posicionar, informou a assessoria de imprensa da Fazenda, nesta sexta-feira (13/1).

De acordo com os assessores da pasta, o interesse pelo Brasil entre os participantes do Fórum aumentou após os ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às sedes dos Três Poderes, no último domingo (8/1). A reunião anual do WEF em Davos é o maior evento de líderes do mundo. Sob o tema “Cooperação em um mundo fragmentado”, o Fórum reunirá neste ano, segundo os organizadores, 2.700 líderes de 130 países, incluindo 52 chefes de Estado e de governo, presidentes das maiores empresas globais e integrantes de destaque da sociedade civil.

A presença de Marina no Fórum, junto com Haddad, segundo os assessores, será uma sinalização importante ao mercado financeiro global de que a economia e o meio ambiente, agora “estão alinhados” no país.

Agenda intensa

A agenda de compromissos oficiais de Haddad em Davos será enxuta e bastante intensa, porque ele terá apenas terça-feira (17/1) e quarta-feira (18/1) para agendar os encontros bilaterais, que ainda estão na fase de confirmação.

Haddad também pretende passar uma mensagem aos interlocutores em Davos de que “domingo é passado, é história”, e que o governo está trabalhando normalmente, “está indo para frente e porque não foi perturbado pelos acontecimentos”.

Nesse sentido, a fim de mostrar que o trabalho da equipe econômica não parou, a ideia é apresentar aos interlocutores o pacote de medidas na área fiscal anunciadas na quinta-feira (13/1), que têm como objetivo reduzir o rombo fiscal. Na ocasião, o ministro admitiu que, neste ano, será possível que o conjunto de medidas previstas, cujo impacto total será de R$ 242,68 bilhões se forem executadas integralmente, zerar o deficit primário das contas do governo federal, de R$ 231,55 bilhões neste ano, e, com isso, a meta mais “realista” é conseguir reduzir o saldo negativo para algo entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões.

Além disso, Haddad pretende falar sobre reforma tributária e sobre o novo arcabouço fiscal, que precisará ser apresentado ao Congresso até o fim de agosto, quando é enviado ao Legislativo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024. Esse prazo foi determinado na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, aprovada no ano passado e que ampliou o teto de gastos em R$ 168 bilhões, e, com isso, acabando de vez com a última âncora fiscal que estava em vigor.

Haddad, no entanto, tem prometido entregar a proposta da nova regra fiscal “no primeiro trimestre”. Os assessores disseram que ele deverá falar sobre esses dois assuntos “em linhas gerais”, tanto da reforma, quanto do arcabouço, com base no que ele já vem falando aqui no Brasil.

O governador de São Paulo, Tarcisio Freitas (Republicanos), também estará em Davos, mas não integrará a comitiva do governo federal. Possivelmente, ele e Haddad deverão se encontrar no evento e, de acordo com assessores, o clima atual não é mais de rivalidade e sim de “cooperação” em prol da economia brasileira.

A reunião anual do WEF em Davos é o maior evento de líderes do mundo. Sob o tema “Cooperação em um mundo fragmentado”, o Fórum reunirá neste ano, segundo os organizadores, 2.700 líderes de 130 países, incluindo 52 chefes de Estado e de governo, presidentes das maiores empresas globais e integrantes de destaque da sociedade civil.

Além do ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central é sempre uma das autoridades brasileiras mais frequentes em Davos. Contudo, neste ano, o presidente do BC não comparecerá ao evento. Roberto Campos Neto, que tem mandato até 2024 e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está de férias e nenhum diretor tem viagem marcada para a Suíça. Haddad retornará ao Brasil na quarta-feira, com desembarque em Guarulhos previsto para às 6h45 de quinta-feira (19/1). O ministro só retornará a Brasília na segunda-feira (23/1).

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