O presidente executivo do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Lúcio Flávio Moraes de Oliveira, disse que os empresários e trabalhadores da Zona Franca de Manaus (ZFM) esperam que o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), novo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), se adapte à realidade industrial regional brasileira.
“Ele era governador de São Paulo e defendia os interesses de São Paulo. Agora, é vice-presidente e deverá pensar na indústria de todo o país", ressaltou Oliveira, para quem o cenário com o novo governo se mostra otimista. “A possibilidade de recriação de indústria, comércio e desenvolvimento mostra uma política industrial moderna”, destacou.
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Alckmin tomou posse na última quarta-feira (4/1) em cerimônia prestigiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), outros ministros já empossados, diversos parlamentares e representantes dos setores que a pasta agrega vindos de todo o país para participar do evento.
O MDIC é uma recriação do atual governo, cuja estrutura da pasta estava no antigo Ministério da Economia. Sua missão é desenvolver política industrial e de economia verde, entre outros. Contudo, a apreensão em relação ao novo governo remete às posturas rígidas contra os incentivos ao modelo econômico da ZFM pelo setor industrial paulista, da qual tanto Alckmin — ex-governador de São Paulo — quanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) — ex-prefeito da capital paulista — são históricos defensores.
Bandeira de campanha
Para os dirigentes do Amazonas, onde o Polo Industrial de Manaus (PIM), capital do estado, está instalada, o novo governo não deverá travar uma guerra fiscal, uma vez que uma das bandeiras de campanha de Lula junto à comunidade local foi justamente a defesa da Zona Franca. “A competitividade da região deverá ser assegurada”, reforçou o presidente executivo do Cieam.
Alckmin citou a ZFM durante seu discurso de posse, que durou cerca de 20 minutos, ao indicar que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e outros órgãos vinculados à pasta farão juntos um “novo MDIC”.
Com isso, a expectativa do dirigente do Cieam é de que a posse do ministro e do novo governo priorizem a reindustrialização do país e considerem o modelo fundamental para a manutenção da floresta, uma vez que o Amazonas possui 97% do seu território com cobertura vegetal intacta. "Entendemos que isso significa modernizar o parque industrial instalado, o que envolve também tratar a biotecnologia como uma oportunidade”, disse Oliveira.
Neste momento, entretanto, o Cieam aguarda com cautela os encaminhamentos para uma nova reforma tributária, já anunciada em propostas de campanha. “A reforma tributária não deixa de ser um risco, mas tem de ser pensada num Brasil como um todo”, avaliou.
Zona Franca em números (2022):
- Até setembro, o Polo Industrial de Manaus (PIM) faturou R$ 129,28 bilhões, o que representa crescimento de 8,69% em relação ao mesmo período de 2021 (R$ 119,95 bilhões);
- Em 2021, o Polo Industrial movimentou cerca de R$ 162,8 bilhões;
- São 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus;
- 500 mil empregos diretos e indiretos;
- R$ 450 milhões em formação de capital intelectual, custeando integralmente a universidade do estado do Amazonas;
- R$ 14 bilhões em arrecadação federal;
- R$ 1,5 bilhão para fundos de fomento ao desenvolvimento regional;
- R$ 1,3 bilhão para PD&I;
- R$ 16 bilhões em arrecadação estadual;
- R$ 140 bilhões de faturamento;
- 97% de preservação da floresta amazônica.
Fonte: Suframa/2022
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