O Brasil gerou 135.495 vagas de emprego com carteira assinada em novembro, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O saldo é resultado de 1.747.894 contratações, ante 1.612.399 demissões. Apesar de positivo, o resultado veio bem abaixo de novembro de 2021, quando foram criados 313.773 postos de trabalho, uma queda de 56,8%.
Os números passaram por ajuste devido à inclusão, nos balanços do governo, de dados entregues com atraso por algumas empresas. No acumulado dos 11 primeiros meses de 2022, o saldo do Caged é positivo em 2.466.377 vagas. No mesmo período do ano passado, houve criação líquida de 3.070.285 postos formais.
Segundo Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a desaceleração no número de contratações se dá por uma estabilização das vagas perdidas durante a pandemia. "Em um retrato anual, no começo de 2022, quando a pandemia foi se mostrando mais controlada, especialmente pelo setor de serviços, começamos a perceber essa desaceleração das contratações. Além disso, há uma certa desaceleração da atividade econômica, que se reflete no ritmo do mercado de trabalho", avaliou. Segundo Tobler, essa tendência deve continuar no próximo ano e será um desafio para o novo governo.
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Duas das cinco atividades econômicas pesquisadas tiveram saldo positivo, com destaque para o comércio (105.969 postos). Nesse grupo, o subsetor comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios teve a maior alta. Segundo a pasta, o destaque pode ser atribuído à sazonalidade do período de início das férias. Serviços vem na sequência, com saldo de 92.213 postos de trabalho formais. Apresentaram saldo negativo agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-18.211); indústria geral (-25.707); e construção (-18.769).
O salário médio de admissão ao emprego, em novembro, ficou em R$ 1.919,81, uma redução de R$ 20,46 em comparação ao mês anterior. Já o salário dos desligados era de R$ 2.009,05. Assim, quem é contratado ganha 4,4% a menos do que aquele que foi demitido.
Para Gustavo Cruz, analista da RB Investimentos, 2022 foi o ano do setor de serviços. "As pessoas estavam reprimidas com a pandemia, então havia um anseio grande por sair às ruas, viajar. Para o ano que vem é esperado um equilíbrio maior entre os setores. No entanto já podemos ver uma deterioração do mercado de trabalho, as pessoas estão aceitando empregos com um salário menor e estão sendo demitidos trabalhadores com ganhos melhores", disse.