Estatais

Trabalhadores pedem reestatização da Eletrobras ao governo de transição

Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) entregou documento ao grupo de transição diagnosticando as consequências da abertura de capital da Eletrobras, que permanece com 40% sob controle da União, após venda de ações na Bolsa

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) entregou documento ao gabinete de transição do governo eleito diagnosticando as consequências da abertura de capital da Eletrobras, que mantém 40% sob controle da União após a venda de ações na Bolsa de Valores de São Paulo. O encontro com representantes do novo governo ocorreu na noite de segunda-feira (13/12) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Além da “necessidade da reestatização” da Eletrobras, o CNE pede que o futuro ministro de Minas e Energia esteja “comprometido com o futuro do Brasil”. Entre os representantes do gabinete presentes estavam a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o coordenador do GT de Transição, Aloizio Mercadante.

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Atualmente, o CNE congrega 34 sindicatos, 7 federações e 4 associações que representam os 12 mil trabalhadores da Eletrobras em todos os estados da Federação. Na pauta da reunião foram feitos pedidos de prioridade pela reestatização da Eletrobras, sobre a qual o coletivo aponta uma dívida herdada de R$ 500 bilhões no setor elétrico. Somente Furnas acumula uma dívida de R$ 19 bilhões, resultante da incorporação da Santo Antônio Energia, que detém a usina hidrelétrica homônima em Rondônia.

A coordenadora do CNE, Fabíola Antezana, destaca que as dívidas devem impactar o bolso do consumidor. “Expusemos para a presidenta Gleisi que a conta da desregulação no setor elétrico é sempre paga pelo consumidor e impacta na inflação, no desempenho da indústria, no consumo das famílias. Nesse sentido, é preciso desfazer alguns nós, como a descotização de usinas e contratação de térmicas oriundas da privatização da Eletrobras. O controle do setor elétrico deve ser devolvido ao povo brasileiro”, defende.

Novo ministro

Além do pedido de reestatização da Eletrobras, os representantes do CNE também indicaram preocupação com o novo ministro de Minas e Energia. “Diante de tantos nomes especulados, a maior preocupação é que o nome escolhido para a pasta tenha compromissos com a expansão do setor elétrico brasileiro de forma sustentável e com presença relevante do Estado para que o Brasil retome o caminho do desenvolvimento”, destaca Fabíola.

Para o coordenador Nailor Gato, os pedidos de reestatização da Eletrobras são acompanhados de preocupação com decisões prestes a ocorrer, como o reajuste dos salários dos diretores, que está para serem votados pelo Conselho Diretor. “Absurdos como os reajustes de remuneração da alta cúpula da Eletrobras, que extrapolam os 3.700%, estão sendo decididos a toque de caixa, com omissão do governo Bolsonaro. Neste contexto, a União, na condição de maior acionista da Eletrobras, sequer indicou representantes no conselho de administração da empresa no pós privatização”, argumenta.

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