Inflação

Copom reforça alerta de impacto do aumento de gastos públicos na inflação

Na ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira (13/12), o Comitê de Política Monetária do Banco Central reforçou o alerta fiscal feito no comunicado da semana passada, quando manteve a taxa Selic em 13,75% pela terceira vez seguida

Na ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira (13/12), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou o alerta fiscal feito no comunicado da semana passada, quando manteve a taxa Selic em 13,75% pela terceira vez seguida. A autoridade monetária repetiu que vai acompanhar "com especial atenção" os desenvolvimentos da política fiscal e seus efeitos sobre preços de ativos e expectativas de inflação "com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”.

O recado veio em meio às negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição no Congresso Nacional, sobre o aumento de despesas para manter o benefício do Bolsa Família em R$ 600 no ano que vem, além de recompor despesas em saúde, educação e outras áreas afetadas nos últimos anos. A elevação de R$ 168 bilhões em gastos por dois anos já foi aprovada pelo Senado Federal e será avaliada agora pela Câmara dos Deputados.

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Com o gastos públicos em 2023, o comitê afirmou que ainda vê muita incerteza relacionada ao cenário fiscal brasileiro e que vai seguir acompanhando os desenvolvimentos futuros da política fiscal e seus potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação. "A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal, requer serenidade na avaliação dos riscos", ponderou o BC.

“O Comitê avaliou que mudanças em políticas parafiscais ou a reversão de reformas estruturais que levem a uma alocação menos eficiente de recursos podem reduzir a potência da política monetária”, disse a ata.

Projeções de inflação

O documento trouxe novas projeções de inflação, na comparação com o documento referente à reunião anterior, de outubro. A estimativa para 2022 passou de 5,8% para 6,0% para neste ano, de 4,8% para 5,0% em 2023 e de 2,9% para 3,0% , em 2024. As projeções para a inflação de preços administrados também sofreram alteração: de -3,9% para -3,6% em 2022, de 9,4% para 9,1% em 2023 e de 3,8% para 4,2% para 2024.

O Comitê optou novamente por dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora os seus impactos secundários. Nesse horizonte, referente ao segundo trimestre de 2024, a projeção de inflação acumulada em 12 meses situou-se em 3,3%. “O Comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual.”

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