Funcionários dos Correios já dão como certa a suspensão do processo de privatização da estatal. É que revela o assessor especial da Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP), Marcos César Alves Silva, ex-vice-presidente da entidade. Aprovada na Câmara, a proposta que regulamenta a venda da empresa brasileira está parada há um ano na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
A medida esteve na lista de prioridades para a desestatização durante o governo Bolsonaro, mas perdeu força devido aos resultados de 2021, que confirmaram lucro acima de R$ 3 bilhões, recorde histórico dos 11 anos anteriores. Ainda no ano passado, de acordo com o balanço da companhia, os Correios registraram os melhores indicadores da empresa em 22 anos, impulsionados pelo crescimento do comércio de eletrônicos.
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“O novo governo já sinalizou que não vai mais privatizar os Correios. Como a proposta no Congresso é do governo, não há interesse para avançar. O próprio presidente [eleito] Lula assinou documento com o sindicato de São Paulo”, explica Silva, relembrando os atos da campanha petista.
Além disso, o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, membro do grupo técnico de Comunicações na equipe de transição, também já manifestou interesse do novo governo em encerrar o processo de privatização.
Parado no Senado
No site de acompanhamento de matérias do Senado, a última movimentação do Projeto de Lei nº 591/2021, que "dispõe sobre o marco regulatório, a organização e a manutenção do Sistema Nacional de Serviços Postais (SNSP)", é de 27 de outubro deste ano, juntando ofícios e moções de apoio à manutenção da ECT como “empresa pública originária” das Câmaras Municipais de Caxambu, Brasília de Minas e Alvarenga, todos municípios mineiros.
Assim, a principal ação a partir de agora, de acordo com os funcionários, deverá ser por uma política de reformulação da estatal. “Importante não ficar apenas na questão de não haver mais privatização. É muito importante destacar que uma boa direção será imprescindível para a sustentabilidade dos Correios”, avalia Marcos César.
Enquanto a privatização não avançava, a empresa fazia planos. Dentre os números projetados para os próximos cinco anos estão a expectativa de que o volume de encomendas seja dobrado. Contudo, os funcionários aguardam, para este ano, um balanço inferior ao do ano passado.
Silva reforça, mais uma vez, que é uma empresa lucrativa. “Por isso, entre outros motivos, a privatização dos Correios é um erro. A privatização dos Correios é uma coisa errada. Essa discussão deveria ser, pelo menos, adiada.”
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