A estimativa para a safra de grãos 2022/23, divulgada nesta quinta-feira (8/12), indica um crescimento de 15% ou 40,8 milhões de toneladas na comparação com o último período. Ao todo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pelo levantamento, projeta uma safra de 312,2 milhões de toneladas para o período atual.
Em novembro, a estimativa era de 313 milhões, mas foi reduzida, segundo o órgão, devido a uma área produtiva menor do que a esperada do milho e uma diminuição nas áreas cultivadas de arroz. Ainda segundo a Conab, após a conclusão do plantio das culturas de primeira safra neste mês, o foco será na evolução das lavouras e nos efeitos do comportamento climático, que deverá definir a produtividade do setor.
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Mesmo com a redução da estimativa, o órgão ressalta que a agricultura brasileira mantém uma tendência de crescimento que vem sendo observada nos últimos anos, com previsões de recordes. A área total de plantio estimada nesta safra é de 77 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 3,3% ou de 2,49 mil hectares sobre a área da última safra.
Soja deve bater recorde; milho também cresce
Responsável pela maior produção de soja no mundo, o Brasil pode ter recorde de toneladas produzidas desta cultura. Segundo a Conab, o crescimento estimado deste grão para 2022/23 é de 22,2%, em relação ao registrado no último período, e a produção total deve chegar a 153,5 milhões de toneladas, 27,9 milhões acima do obtido na safra anterior.
Já o milho deve ter crescimento de 11,2%, se comparado à safra anterior. O órgão prevê uma produção total de 125,8 milhões de toneladas nesta safra, e informa que o plantio do milho na primeira safra avançou em todas as regiões produtoras do cereal. A Conab também monitora possíveis impactos nas áreas produtivas do Rio Grande do Sul, onde houve diminuição do nível de chuvas e aumento do calor em novembro, o que pode afetar o desenvolvimento do cultivo.
La Niña
O sócio-diretor da MB Agro, José Carlos Hausknecht, ainda lembra dos efeitos produzido pelo fenômeno La Niña, que tem se intensificado nas últimas semanas e é responsável pelo aumento de chuvas na região Norte do país e de uma variação maior do clima em diferentes regiões do Brasil. “A princípio, esse efeito deve se arrefecer a partir do começo do ano, mas ainda estamos sofrendo com o clima da La Niña, então isso traz mais risco para a produção”, destaca.
O levantamento é o terceiro realizado neste ano pelo órgão. Nas outras pesquisas, a evolução do plantio das culturas de primeira safra apresentou um leve atraso. A Conab informou que houve uma cautela maior dos produtores diante de cenários adversos, como os registrados na Região Sul, que passa por um calor atípico para esta época.
Para Hausknecht, ainda é muito cedo para definir previsões para a safra atual, que se encerra só no meio do próximo ano. “Temos condições de produzir essa safra, mas isso vai depender da evolução daqui para a frente. E lembrando que tem coisa que a gente nem plantou, ainda, como a safrinha de milho, o algodão e o trigo. Essas coisas ainda estão muito longe de acontecer e é muito difícil de você dizer que vai acontecer isso e que não vai haver perda nenhuma nesta produtividade”, avalia.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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