Com 80% da população recenseada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira (6/12) que não conseguirá concluir o Censo Demográfico 2022 este ano. Nas ruas desde 1º de agosto, a pesquisa, que estava prevista para encerrar em dezembro, foi estendida até janeiro de 2023.
As duas principais dificuldades enfrentadas pelo instituto são a falta de recenseadores e a recusa de moradores em responder à pesquisa, com destaque para estratos de renda mais alta, informou o IBGE. No censo anterior, em 2010, toda a população já estava contabilizada até esta data.
Em balanço divulgado hoje, o instituto mostra que, entre 1º de agosto e 5 de dezembro, foram recenseadas 168.018.345 de pessoas, em 59.192.875 de domicílios no país. Este é o quarto balanço parcial do levantamento. Do total de pessoas recenseadas, 48,4% são homens e 51,6%, mulheres; 39,54% são do Sudeste, 29,43% do Nordeste, 14,76% no Sul, 8,79% no Norte e 7,44% no Centro-Oeste.
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“Estamos com 80% do Censo concluído. Temos a expectativa de ter mais 10% concluído até o dia 20. Mas há cidades em que a dificuldade para contratar recenseadores foi grande a ponto da gente não conseguir fechar e vamos ter que estender”, explicou Cimar Azeredo, diretor da pesquisa do IBGE.
Alta taxa de recusa
Ainda de acordo com o diretor da pesquisa, Sergipe e Piauí já finalizaram a primeira etapa da coleta, que é quando se percorre o território do estado. Mas há outras unidades federativas que, além de não terem completado a etapa, preocupam pelo baixo índice de cobertura, como é o caso de Mato Grosso, em que menos de 80% da população foram recenseadas.
"Pedimos às pessoas para abrir as portas para o IBGE porque é junto com a sociedade que a gente constrói o Censo", ressaltou Cimar Azeredo.
A taxa de recusa subiu de 2,33% para 2,59%, desde o balanço realizado no final de outubro até o balanço divulgado agora. Há estados, porém, com uma taxa de recusa superior e que geram um alerta ainda maior. São Paulo, por exemplo, está com um índice de quase 5%.
12,3 milhões em favelas
Pela primeira vez, o IBGE divulgou dados preliminares sobre a coleta de informações nos chamados "aglomerados subnormais", como são chamadas as favelas. Até então, foram contabilizadas 12.337.295 de pessoas vivendo nestes locais.
O IBGE define os aglomerados normais como "ocupações irregulares de terrenos para fins de habitação em áreas urbanas e que, em geral, são caracterizados por um padrão urbanístico irregular, carência de serviços públicos básicos e localização em áreas restritas à ocupação”.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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