Combustíveis

Sem isenção, gasolina deverá subir R$ 0,69 nos postos e elevar inflação

Volta de tributos federais sobre combustíveis pode elevar também o valor do etanol em até R$ 0,26 por litro, e R$ 0,33 no caso do diesel

Michelle Portela
postado em 28/12/2022 16:47 / atualizado em 28/12/2022 16:55
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O preço da gasolina sofrerá aumento de pelo menos R$ 0,69 em todo o país. É o que estima o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (SindCombustíveis), Paulo Tavares. Com isso, o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), André Braz, já estima aumento da inflação, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá chegar a 1% em janeiro. 

Atualmente, uma portaria baixada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) zera impostos federais sobre combustíveis. De acordo com Tavares, em relação aos combustíveis, o valor de R$ 0,69 incidirá sob a gasolina, com forte influência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). 

Já o diesel sofrerá aumento de cerca de R$ 0,33, sob incidência do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). No caso do Imposto Sobre Mercadoria e Serviços (ICMS), dependerá do índice adotado pelos estados. 

De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), para o etanol, o aumento deverá ser de R$ 0,26 por litro.   

Assim, o impacto da retomada dos impostos em janeiro será sentida no bolso do consumidor já nos primeiros dias do ano e do novo governo. "Com a isenção, o IPCA deveria chegar a 0,4%, refletindo a retirada dos impostos. Contudo, o retorno da cobrança dos impostos elevará o índice a 1%", explica Braz. 

O IPCA-15 ficou em 0,52% em dezembro, após registrar 0,53% em novembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,90%. Em dezembro de 2021, o IPCA-15 estava em alta de 0,78%.

Medidas 

Na terça-feira (27), o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que a atual gestão “se abstenha de tomar qualquer medida que venha a impactar o futuro governo”.

A medida teve como objetivo conter o governo Bolsonaro de prorrogar a desoneração dos combustíveis, que tem validade até 31 de dezembro. De acordo com o Ministério da Economia, a manutenção do corte de impostos impactaria os cofres da União em R$ 52,9 bilhões em 2023. 

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