A crise econômica nacional forçou as operadoras de planos de saúde a diversificarem a oferta de serviços em todo o país. Custando até 40% a menos, os planos regionais se adequaram ao bolso do consumidor em municípios ou em grupos de cidades conurbadas e já somam 21,8 milhões usuários, superando os serviços nacionais, que possuem 19,8 milhões de clientes.
Pela legislação, convênios médicos precisam oferecer pelo menos uma rede de atendimento municipal para operar. Progressivamente, grupos de municípios, estaduais ou grupos de estado, bem como os nacionais, dispõem de redes maiores.
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Média de valores
Os valores das mensalidades acompanham a abrangência. Enquanto planos nacionais custam, em média, R$ 922, os municipais ficam na casa dos R$ 577. Planos que atendem em grupos de estados, comuns para grandes empresas, são os mais caros, girando em torno de R$ 1.443. Serviços que compreendem grupos de cidades possuem preços mensais em média de R$ 612.
De acordo com Marcos Novais, superintendente-executivo da Associação Brasileiro de Planos de Saúde (Abramge), os planos municipais ganharam relevância nos últimos anos, mas também foram impulsionados pelo agravamento dos problemas econômicos nacionais durante a crise sanitária e hospitalar. “O mercado de planos de saúde era dominado pela cobertura nacional, mas, já na pandemia, a procura por planos regionais cresceu e já supera, em números de usuários, os nacionais", explica.
De acordo com dados mais recentes da Agência Nacional de Saúde (ANS), em setembro de 2021, os planos nacionais somavam 19,2 milhões e cresceram 2,96%, chegando aos 19,8 milhões de usuários. Nesse período, os municipais atenderam a 21,8 milhões, 3,04% a mais que no ano passado, mantendo o crescimento semelhante ao registrado nos anos anteriores — 19,8 milhões, em 2018; e 20 milhões e 20,1 milhões, em 2019 e 2020, respectivamente, de acordo com dados da ANS.
Os planos que atendem aos grupos municipais também apresentam melhores resultados do que aqueles com abrangência estadual. Em 2022, usuários do planos de abrangência num determinado estado são 3,7 milhões, com isso, também registrando crescimento de 6,84% do total de usuários. Em relação aos planos por grupos de municípios — com 21,8 milhões de usuários —, representam 15,46% do total. Usuários de planos em uma única cidade são 2,3 milhões.
Planos voltados a grupos municipais também apresentam melhores resultados do que aqueles com abrangência estadual. Em 2022, usuários do planos de abrangência num determinado estado são 3,7 milhões, com isso, também registrando crescimento de 6,84% do total de usuários. Em relação aos planos por grupos de municípios, representam 15,46% do total.
Rol taxativo
Além da economia no vermelho, outro motivo para o desenvolvimento dos planos de saúde regionais está na necessidade de se adaptar à derrubada do rol taxativo, com a publicação da Lei 14.454, no Diário Oficial da União (DOU), uma vez que a nova legislação estabelece que as empresas não podem se negar a atender a uma demanda específica de grupos com necessidades especiais, como autistas. “A queda do rol taxativo aumenta os custos. Claro que, quem opera mais barato, sobrevive melhor”, comenta Novais.
Para “trabalhar” mais barato, os planos regionais recorrem à verticalização de serviços, compondo a rede de atendimento e assistência envolvendo uma cadeia local, bem como fornecedores. “Planos regionais tem como principal vantagem a verticalização. Com isso, podem criar estratégias por nicho, como para idosos ou diferentes classes sociais”, explica o superintendente-executivo da Associação Brasileiro de Planos de Saúde (Abramge).
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