O crescimento das vendas do varejo desacelerou em outubro para 0,4%, e, pelas estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), deve continuar desacelerando neste fim de ano. As informações são baseadas nos dados divulgados nesta quinta-feira (8/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com Fabio Bentes, economista sênior da CNC, a segunda parcela do 13º será utilizada para pagar dívidas e não para o consumo de bens e serviços. “Este será o quarto ano seguido que o brasileiro deverá priorizar o pagamento de dívidas devido ao comprometimento recorde no comprometimento de renda”, destacou.
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Bentes ressaltou que o crescimento das vendas no varejo perdeu fôlego após a volta da inflação em outubro, interrompendo três meses de variação negativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — em grande parte, devido à redução dos impostos por combustíveis. “Em outubro, a redução dos impostos sobre os combustíveis, que têm um importante peso na inflação, perdeu o efeito e o IPCA voltou a subir acima das estimativas”, disse. Conforme os dados do IBGE, o indicador da inflação oficial registrou alta de 0,59% depois de três meses de deflação.
Na avaliação do economista da CNC, apesar de o varejo ter registrado o terceiro crescimento mensal consecutivo no mês passado, após a queda de 0,2% em junho, o setor de varejo está perdendo fôlego diante do elevado endividamento das famílias e dos preços cada vez mais elevados atingindo quase 80% dos brasileiros.
Por isso, ele afirmou que, apesar da sequência mensal positiva, a segunda parcela do 13º deverá ter um impacto menor sobre o varejo neste ano. Segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao fim deste ano, pelo segundo ano seguido, o pagamento de dívidas deverá ser o principal destino desses recursos (38% do total ou R$ 42,7 bilhões), seguido pelos gastos no consumo de bens (33% do total), gastos com serviços (17%) e poupança (12%).
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