Com a expectativa para a votação da PEC da transição no ar, o Índice Ibovespa fechou nesta segunda-feira (5/12) com queda significativa de 2,36%, aos 109.279 pontos. O câmbio do dólar seguiu renovando a máxima e atingiu o patamar de R$ 5,28, com aumento de 1,24%.
O movimento da bolsa brasileira seguiu a tendência observada em outros mercados mundo afora. Nos EUA, o índice Dow Jones recuou 1,4%, enquanto que o índice Nasdaq, das principais empresas de tecnologia, teve queda de 1,93%. No velho continente, a principal bolsa europeia, a Euro Stoxx 50, terminou o dia com recuo de 0,54%.
O principal motivo para o cenário mais turbulento no exterior foi a apreensão dos investidores com o resultado do setor de serviços dos EUA, que podem indicar uma necessidade de aperto monetário mais forte por parte do Federal Reserve, o Banco Central norte-amerciano.
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Já do outro lado do mundo, na China, há esperanças com a flexibilização da política de covid zero, o que afeta positivamente o setor do minério de ferro, que encerrou o dia com aumento de 1,02%, cotado aos US$ 114,27 no Porto de Dalian. Para o consultor de economia da BMJ Consultores Associados, Mauro Cazzaniga, o bom resultado na China pode aliviar um pouco as tensões no mercado global, embora creia que isso ainda deve ser avaliado nos próximos dias.
“Embora a flexibilização das políticas de covid zero na China tendem a ser benéficas - principalmente para os setores que exportam para lá, como o de mineração -, acho que o efeito de curto prazo ainda é pequeno, e devemos ver isso mais nos próximos dias com as medidas se confirmando mesmo”, avalia.
No Brasil, os principais indicadores que fizeram com que a bolsa recuasse nesta segunda-feira foram a preocupação dos investidores com o avanço da PEC da transição no Congresso Nacional, que entrará em pauta no Senado na quarta-feira (7/12), e o relatório do Boletim Focus desta segunda, que elevou as projeções de juros e inflação para o ano que vem. O economista Mauro Cazzaniga ainda prevê que a apreensão do mercado deve permanecer pelo menos até esta quarta. “Essa perspectiva de juros maiores no futuro ainda com grande incerteza sobre as questões econômicas e fiscais tende a aumentar a preferência pela renda fixa, o que significa que mais dinheiro é tirado da bolsa e renda variável”, analisa.
*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori
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