Estimuladas pelo crescimento do consumo de alimentos livres de agrotóxicos, as políticas voltadas para o desenvolvimento da agroecologia já somam 487 iniciativas de políticas públicas em todo o país, de acordo com levantamento apresentado pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), na última semana. O Centro-Oeste é a região que menos agrega ações do tipo, registrando 39 políticas de promoção da cultura agroecológica.
O Nordeste lidera o ranking, com 212 políticas de agroecologia; Sul e Sudeste estão empatados com 83 e a região Norte concentra 70 pp's. Os dados constam na publicação Entre desmontes e resistências: uma análise de políticas públicas e normativas estaduais que fortalecem a agroecologia, mapeamento realizado no segundo semestre deste ano em todos os estados e no Distrito Federal.
De acordo com o estudo, as ações mais recorrentes estão distribuídas da seguinte forma: políticas públicas e fomento exclusivamente para agroecologia (292); alimento, segurança e soberania alimentar (284); biodiversidade e bens comuns (135); e campesinato, povos, comunidades tradicionais e outros modos de vida (135).
Flavia Londres, integrante do Núcleo Executivo da ANA, explica que o levantamento revela um cenário otimista para a cultura agroecológica. "O estudo aponta que, mesmo diante do desmonte promovido pelo atual governo federal, o Brasil tem uma grande diversidade de políticas públicas e normativas em construção nos estados que apoiam a consolidação da agroecologia, o fortalecimento da agricultura familiar e a promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional", explica.
Eleições
Por meio da campanha Agroecologia nas Eleições 2022, a ANA pretende apontar um caminho para a construção e o fortalecimento das políticas públicas de futuro, com valorização da agricultura familiar camponesa, dos povos e comunidades tradicionais e da agroecologia.
A expectativa é que o levantamento ofereça referências para o debate acerca do tema. "Os resultados da pesquisa podem alimentar o debate sobre agroecologia com diferentes grupos e contribuir para a análise sobre o que se espera de governos e mandatos parlamentares, estimulando ações coletivas de incidência política e a construção de parcerias entre o Estado e a sociedade civil", finaliza Flavia Londres.
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