O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia (Seto), Esteves Colnago, pediu exoneração do cargo, a contar desde 1º de dezembro, de acordo com nota divulgada nesta sexta-feira (2/12) pela pasta. O pedido de demissão foi feito a pedido e, segundo fontes da pasta, os motivos da saída foram pessoais.
Colnago cumprirá quarentena de seis meses e, provavelmente, deverá ir para o setor privado, como seus antecessores. A secretaria que tentou juntar órgãos dos extintos ministérios da Fazenda e do Planejamento foi criada pelo ex-secretário Bruno Funchal, que saiu em debandada no fim de 2021, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentava aprovar a PEC dos Precatórios — que propôs um calote de mais da metade dos R$ 90 bilhões de dívidas judiciais que precisariam ser pagas pela União neste ano, alegando que um "meteoro" tinha desabado nas contas públicas. Com isso, o governo deu uma pedalada de cerca de R$ 50 bilhões e ainda antecipou a mudança da metologia da regra do teto, e, assim, ampliou o limite de gastos em mais de R$ 100 bilhões.
Antes de Funchal, que era secretário do Tesouro Nacional e havia assumido o cargo, em julho de 2020, após a saída de Mansueto Almeida, que, meses mais tarde, foi para o BTG Pactual. Bruno Funchal atualmente é presidente da Bram, gestora de ativos do Bradesco.
Esteves Colnago, que era assessor instititucional de Guedes, assumiu o rojão após a debandada e a crise de credibilidade crescente em relação à equipe econômica que estava se desmantelando. Antes, de Funchal a secretaria especial da Fazenda era comandada por Waldery Rodrigues, que também pediu demissão em meio à resistência do presidente Jair Bolsonaro (PL) em mexer em gastos como o abono salarial.
Agora, Colnago será substituido pelo atual secretário especial adjunto, Julio Alexandre, que atuará como secretário especial substituto até o fim do ano e não terá adjunto na Seto, de acordo com a nota da Economia.
Analista de carreira do Banco Central do Brasil, Colnago é mestre em economia pela Universidade de Brasília (UnB) e foi ministro do Planejamento no governo Michel Temer. De acordo com a nota, ele agradeceu ao ministro pela oportunidade de ter feito parte da equipe da equipe econômica desde a transição de governo.
Também mestre em economia pela UnB e analista de carreira do BC, Alexandre já ocupou ao longo de sua carreira diversos cargos na área econômica, entre eles o de secretário de Planejamento e Assuntos Econômicos, secretário adjunto de Políticas Macroeconômicas da Secretaria de Política Econômica (SPE) e secretário adjunto da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest).
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