O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi escolhido como presidente do Conselho Consultivo das Américas (CCA) do Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements, BIS). O BIS é conhecido como o banco central dos bancos centrais.
O mandato tem duração de dois anos, Campos Neto assumirá o cargo no dia 9 de janeiro de 2023, de acordo com nota divulgada pelo BC, nesta segunda-feira (21/11). Ele sucederá John Williams, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de Nova York.
A escolha foi feita pelo conselho de diretores do BIS, conforme nota da instituição divulgada hoje. Criado em 2008, o Conselho Consultivo das Américas (CCA) é formado pelos presidentes de bancos centrais de países das Américas integrantes da instituição -- Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Peru.
O BIS, com sede em Basileia, na Suíça, tem entre suas atribuições promover discussões e facilitar a colaboração entre os bancos centrais, dar suporte ao diálogo com outras autoridades responsáveis pela promoção da estabilidade financeira, conduzir pesquisas sobre políticas de interesse dos bancos centrais, além de ser a primeira contraparte para os bancos centrais em suas transações financeiras. A divisão das Américas da instituição fica sediada na Cidade do México.
Segundo brasileiro no Conselho
Esta será a segunda vez que um brasileiro ocupa o comando do CCA. O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles também ocupou o mesmo cargo entre fevereiro e dezembro de 2010, de acordo com a assessoria do BC.
Como a autoridade monetária ainda não era independente e o mandato se encerrava junto como do então governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Meirelles deixou o cargo. O mandato de Campos Neto à frente do BC termina em 2024.
A indicação de Campos Neto para chefiar o Conselho das Américas do BIS ocorre um dia depois de outro brasileiro ser escolhido para presidir o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No domingo, o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn foi eleito com 80,1% dos votos. É a primeira vez que um brasileiro ocupará a presidência do BID, criado em 1959.
A indicação de Goldfajn para comentar o BID foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando estava na equipe de transição, tentou adiar a eleição para que o novo governo indicasse outro nome. Mas o pedido foi recusado pelo BID, que realizou normalmente a votação que era considerada uma barbada para o candidato brasileiro.