Comerciantes e consumidores já esfregam as mãos à espera da próxima sexta-feira (25/11). É quando se realiza a Black Friday, uma das datas mais importantes para o comércio varejista do país. A previsão deste ano é de recorde no faturamento, suficiente para recuperar os saldos de 2021 e 2020 — que não tiveram o resultado esperado devido à crise econômica. Mas o dia 25 é uma data também que inspira cuidados, pois os mais afobados e imprudentes podem ser vítimas de golpes ou se deixar levar pelas falsas promoções.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Black Friday já é a quinta data mais importante do varejo, atrás apenas do Natal e dos dias das Mães, das Crianças e dos Pais. Levantamento realizado pela consultoria Conversion apontou que 96% dos consumidores on-line pretendem aproveitar a próxima sexta-feira para obter algum artigo este ano.
A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) estima um aumento nas compras de 3,5% em relação ao ano passado, com destaque maior para a venda de equipamentos eletrônicos — a expectativa é de um giro de R$ 6,05 bilhões e de 8,3 milhões de pedidos dos consumidores.
A alta procura por eletrônicos se deve, também, à Copa do Mundo, que começa hoje, no Catar. O evento já vem alavancando o interesse por Smart TVs e outros aparelhos para os amantes dos jogos de futebol. As categorias mais aquecidas para este ano devem ser telefonia, eletrônicos, informática, eletrodomésticos e eletroportáteis, moda, beleza e saúde.
A menor oferta de frete grátis também é um fator de impacto nas vendas. A pesquisa da ABComm apontou que o preço do envio para o comprador pode influenciar em até 90% a decisão de compra de um item pela internet.
O co-fundador do site de descontos Reduza, Alessandro Fontes, avalia que não há a necessidade de esperar para comprar no dia 25, pois pode ser que o item desejado não entre em promoção na data — seria o "esquenta" da Black Friday, a "oferta antecipada". Ele explicou que é importante utilizar as ferramentas do mercado para comparar o preço entre diferentes lojas antes de fechar negócio.
Cuidados
Com o aumento da demanda e descontos tentadores, crescem também os golpes. O advogado especialista em direito do consumidor Ricardo Maranhão dá dicas para evitar cair em fraudes. A primeira é desconfiar de links enviados por e-mail ou via aplicativos de mensagens.
"Normalmente, os sites fraudulentos se utilizam desse subterfúgio. Antes de clicar, faça uma busca pelo Google usando o nome da loja ou da marca. Certifique-se de que o endereço apresenta inicialmente 'https', para garantir uma certa segurança", recomendou.
Os sites fraudulentos podem clonar dados bancários e do cartão de crédito ou implantar vírus para o hackeamento de informações pessoais. Maranhão ressalta que é importante desconfiar de promoções altamente vantajosas. "Mesmo sendo época de Black Friday, o varejo precisa ter lucro. Não faz sentido um desconto irreal de um produto", frisou.
Em caso de fraudes, é possível procurar meios legais para se obter algum ressarcimento. "Caso descubra que a propaganda é fraudulenta, envie a informação ao Procon e ao Serasa", adverte Maranhão.
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