Em sua primeira fala pública após as eleições presidenciais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a PEC da Transição. Durante evento da Secretaria de Política Econômica da pasta, nesta sexta-feira (18/11), o ministro alegou ser “um estouro fazer uma PEC fora do teto, sem fonte de financiamento”.
“Já ganhou a eleição? Cala a boca, vai trabalhar, vai construir um negócio melhor. Se fizer menos barulho, trabalhar um pouco mais com a cabeça e menos com a mentira, talvez possa ser bom governo", disse.
A Proposta de Emenda à Constituição prevê tirar do teto de gastos as despesas com o Bolsa Família. Segundo o ministro, usar o espaço fiscal para financiar obras públicas é um erro. "Fazer PEC sem fonte de financiamento para fazer obras? Já ouvi essa história", afirmou.
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Guedes disse ainda que o conflito entre social e fiscal revela incapacidade técnica e destacou que o atual governo ampliou os repasses sociais sem prejudicar as contas públicas.
Ele também lembrou que o Auxílio Brasil tem orçamento de R$ 150 bilhões, enquanto o Bolsa Família tinha R$ 50 bilhões. “Nós disparamos o maior programa social que já houve, com responsabilidade fiscal. Então, que historinha é essa de conflito de social com fiscal? Isso revela ignorância e desconhecimento, incapacidade técnica de resolver problemas.”
"Teto respeitado"
Guedes voltou a afirmar que a regra fiscal foi mal construída, mas, de acordo com ele, nos quatro anos de governo, o teto foi respeitado, a não ser em situações excepcionais. "Colocamos o Brasil no caminho da prosperidade. Comparado ao período anterior, onde não houve covid e guerra geopolítica, o desempenho da economia foi melhor conosco do que antes. Chegamos falando que o Estado brasileiro gasta muito e gasta mal. Cortamos privilégios com a reforma da Previdência.”
Segundo um levantamento do economista Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), feito a pedido da BBC News Brasil, os gastos do governo de Jair Bolsonaro acima do teto somam R$ 794,9 bilhões de 2019 a 2022.
“Mas os nossos avanços são contornáveis, se mexer recua”, disse o ministro Paulo Guedes, que avaliou que o atual governo está trilhando o caminho da prosperidade e "qualquer recuo em qualquer dimensão será um erro".
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