Sete em cada 10 brasileiros procuram evitar frequentemente o desperdício de água, enquanto 20% economizam na maioria das vezes. A pesquisa "Retratos da Sociedade: Hábitos sustentáveis e consumo consciente", da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta sexta-feira (18/11), também mostra que mais da metade dos entrevistados (53%) diz que reaproveitar água é hábito frequente, e outros 20% contam que a prática é adotada às vezes.
A pesquisa entrevistou, presencialmente, 2.019 pessoas com idade a partir de 16 anos nas 27 unidades da Federação entre os dias 8 e 12 de outubro, com margem de confiança em 95%. Entre os pesquisados, 74% dizem que, no cotidiano, adotam hábitos sustentáveis.
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Também foi perguntado sobre a preocupação com a origem dos produtos encontrados nas prateleiras. Metade dos consumidores afirma verificar se o produto que pretende comprar foi produzido de forma ambientalmente sustentável, sendo 24%, sempre, e 26%, na maioria das vezes. Em 2019, data da primeira edição da pesquisa, apenas 19% disseram sempre verificar essa informação e outros 19%, às vezes.
“A preocupação com o meio ambiente, com o ciclo de vida dos materiais e com a conservação dos recursos naturais é um desafio a ser enfrentado por toda a sociedade. A adoção de práticas sustentáveis tem sido, felizmente, cada vez mais adotada tanto por empresas quanto pela população, o que é um passo relevante para avançarmos rumo a uma economia com menores emissões de gases de efeito estufa. A indústria brasileira tem buscado caminhos para produção e hábitos mais sustentáveis. É um caminho sem volta”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Alimentos também estão ligados a hábitos saudáveis para 73% dos brasileiros, que dizem sempre evitar o desperdício de alimentos, enquanto 16% dos ouvidos buscam na maioria das vezes. Em relação a gastos desnecessários de energia, 65% dos entrevistados sempre adotam medidas para evitar desperdício. A reutilização de embalagens de produtos é outra prática comum: 46% dizem sempre reaproveitá-las.
Orgânicos
O levantamento também mostra que consumidores de maior poder aquisitivo consomem mais produtos orgânicos e que diminuam sofrimento animal. Quase quatro em cada 10 brasileiros (38%) estão dispostos a pagar mais caro por produtos orgânicos — aqueles produzidos sem agrotóxicos e sem fertilizantes químicos. O número não é muito diferente do identificado em 2019, quando foram 36%. Entre aqueles com renda acima de cinco salários-mínimos, 53% compram esse tipo de alimento.
O tema da dignidade animal também é motivo de preocupação para a maioria dos entrevistados. Para 38% dos consumidores, é possível pagar a mais por produtos que tenham sido fabricados sem maus tratos a animais. Em 2019, consumidores com esse posicionamento já somavam 37% dos entrevistados.
Para dois terços dos entrevistados, os produtos feitos com práticas mais sustentáveis dificilmente são encontrados nas lojas, enquanto 26% afirmam conseguir ter acesso a eles com facilidade.
Reciclagem
Praticamente sete em cada 10 brasileiros (69%) também costumam separar materiais para reciclagem — outros 31% afirmam que não. A parcela que adota essa prática em 2022 é maior que em pesquisas anteriores. Em 2019, 55% dos entrevistados destinavam materiais para reciclagem. Os materiais que o brasileiro mais separa para reprocessamento são plásticos em geral, incluindo garrafas PET, citados por 76% dos ouvidos, seguido de alumínio (56%), papel/papelão/jornal (53%) e vidro (47%).
Em relação às edições anteriores, houve uma queda sensível na parcela da população que mistura o lixo eletrônico com o restante dos resíduos. Em 2019, 12% dos ouvidos disseram que não faziam essa separação, caindo para 9%, em 2022.
A falta de coleta seletiva é apontada como uma das dificuldades para o desenvolvimento da reciclagem no Brasil. Na sequência, com 18% das respostas, aparece a falta de coleta seletiva na rua, bairro ou cidade da pessoa ouvida pela pesquisa. “Esse é um problema estrutural de nossas cidades, mas os dados indicam alguma melhora, já que na pesquisa anterior, de 2019, 25% dos ouvidos citaram o problema de falta de coleta seletiva entre as principais dificuldades para a adoção de reciclagem. Precisamos avançar com as políticas públicas voltadas a ações mais sustentáveis”, analisa Mônica Messenberg, diretora de Relações Institucionais da CNI.
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