A Federação Única dos Petroleiros (FUP) pediu a suspensão do Plano Estratégico da estatal, período 2023/2027, previsto para ser anunciado no fim deste mês pela atual diretoria da companhia, ao Conselho Administrativo e ao presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade. A proposta vista frear as estratégias de privatização da empresa, que está em fase de elaboração pelo Ministério da Economia.
De acordo com representantes da FUP, a suspensão ocorreria até que representantes do novo governo se posicionem sobre o tema. “Estamos numa transição de governo. Logo, é razoável que o Plano Estratégico da Companhia 2023-2027 seja realizado, a partir das orientações e prioridades estratégicas dos representantes do novo governo”, destaca o documento assinado pelo coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
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Em junho deste ano, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Ministério da Economia recomendou incluir a Petrobras na lista de estudos para privatização. Em setembro, estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) chamou de "desmonte" a venda acelerada de patrimônios de infraestrutura da companhia — entre 2013 e 2022, foram comercializados 94 ativos (80 no Brasil e 14 no exterior), totalizando US$ 59,8 bilhões de dólares.
Para os petroleiros, a venda estatal seria prejudicial ao país. “O Plano Estratégico constitui-se como importante instrumento de gestão da Companhia, representando a visão das prioridades de investimentos para os próximos anos. Ele é fruto de análise técnica, subordinado aos pressupostos orientados pelo Conselho de Administração da Petrobrás, que é escolhido pelos seus acionistas, incluindo o governo: o seu maior acionista”, avalia.
Na última semana, a FUP pediu o engajamento da direção da estatal ao processo de transição do governo. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já se declarou contrário à privatização da Petrobras. "Vamos parar com essa estupidez de querer privatizar a Petrobras. Vamos parar com essa estupidez", discursou Lula, em ato com apoiadores na quadra da escola de samba Portela, no Rio de Janeiro. O ex-presidente é crítico ainda da atual política de paridade internacional da estatal, que atrela o preço dos combustíveis ao dólar. Em seu programa de governo, ele promete alterar a prática.
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