Combustíveis

Equipe de transição quer suspender venda de refinarias da Petrobras

De acordo com Ikaro Chaves, do Coletivo Nacional de Eletricitários e membro da equipe de transição, o pedido é válido para todas as ações relativas às privatizações

Michelle Portela
postado em 23/11/2022 20:27 / atualizado em 23/11/2022 20:28
 (crédito:  Reprodução/Petrobras)
(crédito: Reprodução/Petrobras)

O grupo de Minas e Energia da equipe de transição do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a suspensão da venda de ativos da Petrobras ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que reagiu anunciando a suspensão de medidas de caráter estratégico para a estatal até o fim do atual governo. De acordo com integrantes do novo governo eleito, também será solicitada a suspensão do Plano Estratégico da estatal, período 2023/2027, previsto para o final deste mês, além da suspensão do pagamento de dividendos na ordem de R$ 43,7 bilhões.

De acordo com Ikaro Chaves, do Coletivo Nacional de Eletricitários e membro da equipe de transição, o pedido é válido para todas as ações relativas às privatizações. "A ideia é não fazer nada até 31 de dezembro", disse em referência ao fim do atual governo.

Via redes sociais, Sachsida disse que não pode interferir no processo de empresas de direito privado — caso da Petrobras — e que, mesmo com as limitações, deverá agendar uma reunião com a direção da estatal, conforme o pedido do grupo da transição.

Entre os ativos na lista de privatizações está a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), uma das oito refinarias listadas em acordo de privatização firmado entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobrás.

Além da refinaria mineira, outras três unidades foram colocadas à venda neste ano, mas tiveram o processo de venda paralisados: a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul; e a Refinaria Abreu Lima (Rnest), em Pernambuco. Outro item de interesse do GT é a Unidade de Industrialização do Xisto (Six) no Paraná, a TBG, que faz o transporte de gás da Bolívia para o Brasil, Pólo Bahia Terra e Albacora Leste.

“É fundamental que seja suspenso todo o atual processo de privatização de unidades da Petrobrás e que seja impedida a xepa de fim de governo. Estão correndo para fechar operações de conclusão de venda, o denominado ‘closing’, até 31 de dezembro”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, um dos membros do GT Minas e Energia.

Em 2022, foram vendidas as refinarias Isaac Sabbá, no Amazonas (Reman), e Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará. “Temos que barrar essas privatizações”, diz ele.

Transição

A equipe de transição também deverá pedir o cancelamento da distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos a acionistas, referentes ao terceiro trimestre deste ano, bem como do anúncio do Plano Estratégico da estatal, período 2023/2027, previsto para o final deste mês. “Estamos em transição de governo; portanto, é razoável que o novo plano estratégico seja realizado a partir das orientações e prioridades estratégicas do novo governo”, disse Bacelar.

No terceiro trimestre de 2022, a produção total da companhia atingiu 3,65 MM boed (barris de óleo equivalentes) no período, 2,6% acima do 2º trimestre de 2022, de acordo com dados do Relatório de Produção e Vendas.

De acordo com a 36ª edição do Índice Global de Dividendos, a Janus Henderson Investors, que analisa os pagamentos de 1200 empresas de todo o mundo, a Petrobras segue como a terceira maior pagadora de dividendos globalmente, com US$ 9,7 bilhões. A expectativa do mercado é que a estatal brasileira se torne a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, atrás apenas da BHP (BHPG34).

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