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Presidente eleito do BID, Goldfajn evita críticas à PEC da Transição

Apesar das resistências do ex-ministro Guido Mantega, que saiu da equipe de transição, presidente eleito do BID afirma que não convém se envolver em questões internas do Brasil. Ele pretende trabalhar para o desenvolvimento da América Latina

Michelle Portela
postado em 20/11/2022 22:32 / atualizado em 20/11/2022 22:45
 (crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)
(crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Eleito para presidir o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) neste domingo (20/11), o economista brasileiro llan Goldfajn disse que pretende trabalhar para o desenvolvimento da América Latina, evitou críticas aos membros do governo eleito e à PEC da Transição nas primeiras entrevistas após a confirmação da sua eleição. 

Goldfajn afirmou que dará atenção às demandas dos países que integram o BID — da América Latina  e Caribe —, visão que garantiu a sua eleição com mais de 80% dos votos, inclusive, com a retirada da candidatura da Argentina. "Acredito que houve um voto de diálogo. Há certo cansaço com as brigas ideológicas", destacou, em entrevista à CNN Brasil.

Às vésperas da sua eleição, o economista foi alvo de críticas de membros da equipe de transição por não estar alinhado à linha desenvolvimentista entre economistas. "Transições de governo são parte da democracia. O foco são as relações multilaterais com o BID, uma vez que pretendo trabalhar para o desenvolvimento de todos os países. Alguns querem criar instituições, outros querem medidas para eventos climáticos extremos. Por isso, estamos muito além de qualquer divergência". 

O economista evitou comentar sobre a PEC da Transição, criticada por afrouxar os limites fiscais para abrir espaço a políticas de transferência de renda. "Cada um no seu lugar. Hoje estou com outro chapéu, não posso participar das questões internas de cada país, mesmo que seja o meu. Estou hoje com todos esses países", aponta.

O economista concorreu com candidatos de cinco países membros: Argentina, Brasil, Chile, México e Trinidad e Tobago. Os candidatos participaram de sabatina com representantes dos países que integram o Banco, no dia 13 de novembro, o que permitiu apresentarem suas prioridades para o BID e sugestões para a instituição contribuir a recuperação econômica da região.

Juscelino Kubitschek

Durante sua entrevista à CNN, o economista lembrou que o BID nasceu "da diplomacia do JK". Fundador de Brasília, o ex-presidente Juscelino Kubitschek também defendendo um esforço compartilhado entre os países do Norte e do Sul para melhorar os padrões de vida na América Latina. 

De acordo  com informações publicadas no site do BID, foi JK quem teve a ideia de realizar a "Operação Pan-americana" e enviou seu amigo e assessor, o poeta Augusto Frederico Schmidt, com uma carta confidencial ao então presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, formulando a proposta.

A iniciativa levou à criação do BID em 1959 com o objetivo de proporcionar financiamento ao desenvolvimento econômico, social e institucional da região, bem como para promover a integração regional.

 

 

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