Mercado financeiro

Mercado reage à PEC da Transição com queda da Bolsa e alta do dólar

Por volta de 10h20 desta quinta-feira (17/11), o Ibovespa caía 2,33%, aos 107 mil pontos, enquanto o dólar comercial se aproximava dos R$ 5,50

Rafaela Gonçalves
postado em 17/11/2022 14:38 / atualizado em 17/11/2022 14:39
 (crédito: Bruno Escolastico/Estadão Conteúdo)
(crédito: Bruno Escolastico/Estadão Conteúdo)

Os investidores reagiram ao discurso feito pelo presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP27), na manhã desta quinta-feira (17/11), no Egito. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), amargou perdas diante das novas críticas do presidente ao teto de gastos e ao anúncio da minuta da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na véspera.

Por volta de 10h20, o Ibovespa caía 2,33%, aos 107 mil pontos, enquanto o dólar comercial se aproximava dos R$ 5,50. De acordo com o texto, entregue ontem pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), o estouro no teto de gastos pode chegar a R$ 198 bilhões, sendo R$ 175 bilhões do programa Bolsa Família e outros R$ 23 bilhões de receitas extraordinárias que seriam direcionadas para investimentos, além de valores não definidos de doações para universidades e programas ambientais.

Vale lembrar que o pedido para tirar despesas do teto não é novidade. Segundo levantamento do economista Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), os gastos do governo Bolsonaro acima do teto somam R$ 794,9 bilhões de 2019 a 2022.

Em seu discurso, hoje, na COP27, Lula voltou a afirmar que é preciso romper o teto de gastos para ter responsabilidade social. “Se cair a Bolsa e aumentar o dólar, paciência. Isso não acontece por conta de pessoas sérias, mas por conta de especuladores”, disse o presidente.

A curva de juros, que mede a capacidade de solvência do país, deu um salto de 40 a 50 pontos, batendo novo recorde. O indicador ultrapassou os patamares de junho deste ano, quando o governo do presidente Bolsonaro (PL) aprovou a PEC Kamikaze, que driblou a lei eleitoral e elevou o valor do programa Auxilio Brasil.

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