O volume de serviços cresceu 0,9% na passagem de agosto para setembro, com destaque para o segmento de informação e comunicação. Trata-se do quinto resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 4,9%.
Com isso, o setor de serviços não só ampliou o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia, já que se encontra 11,8% acima de fevereiro de 2020, como também alcançou o patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2011, superando novembro de 2014. É o que mostram os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação a setembro de 2021, o volume de serviços avançou 9,7%, 19ª taxa positiva consecutiva. De acordo com o levantamento, no acumulado do ano, o volume de serviços subiu 8,6% frente a igual período de 2021. O acumulado nos últimos 12 meses passou de 9,0% em agosto para 8,9% em setembro, mantendo a trajetória descendente iniciada em abril de 2022 (12,8%).
Saiba Mais
- Economia Wellington Dias: prazo de 4 anos para Bolsa Família fora do teto é considerado
- Economia BC abrirá protocolos do Pix para todos países que querem copiar de graça
- Economia ANP multa postos de combustíveis que funcionavam de maneira irregular
- Economia Brancos ganharam em 2021 quase 70% mais que pretos e pardos no Brasil, diz IBGE
A alta de 0,9% do volume de serviços de agosto para setembro de 2022 foi acompanhada por três das cinco atividades investigadas. Os destaques foram para informação e comunicação (2,0%), que registrou o terceiro resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 4,1%. As demais expansões vieram dos serviços prestados às famílias (1,0%) e dos profissionais, administrativos e complementares (0,2%).
O primeiro setor emplacou o sétimo crescimento seguido, período em que assinalou um ganho acumulado de 11,7%; e o segundo mostrou um comportamento mais modesto, com ganho agregado de 0,3% nos dois últimos meses.
Regionalmente, 19 das 27 unidades da Federação assinalaram expansão no volume de serviços em setembro de 2022, na comparação com agosto, acompanhando o avanço do setor nacional. Os impactos mais importantes vieram de Rio de Janeiro (0,7%), seguido por Santa Catarina (2,6%), Rio Grande do Sul (1,0%) e São Paulo (0,1%). Em contrapartida, Paraná (-2,3%) exerceu a principal influência negativa, seguido por Pernambuco (-1,6%) e Minas Gerais (-0,2%).
Tecnologia
Na avaliação de economistas do Banco MUFG Brasil, ainda há espaço para um crescimento do segmento de serviços prestados às famílias, em razão da melhora nas condições do mercado de trabalho. "Esse segmento ainda está 3,9% abaixo do nível pré-pandemia. Além disso, pode ser beneficiado pela maior demanda de fim de ano, especialmente para restaurantes e hospedagem, bem como transporte devido às viagens", explicaram os analistas.
Entretanto, segundo os especialistas da instituição financeira, esse crescimento nos serviços prestados às famílias é limitado pela inflação mais alta no 4º trimestre, bem como pelo fato de que os segmentos de Informação & Comunicação, Serviços profissionais & Gestão e Transporte já estão muito acima do nível pré-pandemia. "E estes são os maiores segmentos com peso acumulado de 85% na pesquisa geral da atividade de serviços", afirmaram. "Nesse cenário e considerando as condições de crédito mais restritivas em meio a taxas de juros mais altas e endividamento das famílias, esperamos um desempenho mais moderado dos serviços até este final de ano."
Segundo Ursula Xavier, head de Corporate, a demanda de por serviços jurídicos está relacionada à ala do setor como um todo. "Percebemos que houve um início de aceleração das pequenas e médias empresas, que foram as mais afetadas pelas restrições da pandemia, e esse crescimento favoreceu a prestação dos serviços destinados aos empreendedores, serviços de contabilidade, serviços jurídicos", disse.
"Principalmente porque, apesar da desaceleração do PIB do Brasil, a perspectiva é de que ocorra uma ampliação da demanda dos serviços, especialmente ligados à tecnologia. Então a gente entende que ainda que os efeitos agudos da pandemia estão sendo superados. O processo de revolução digital vai seguir em curso e será cada vez mais desafiador, impulsionando essa demanda dos serviços ligados à inovação", explicou Xavier.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.