Seguradoras

Setor de seguros deve crescer em torno de 15% em 2022, diz presidente da CNSeg

Otimista com a economia, Dyogo Oliveira elogia nomes escolhidos pelo novo governo para compor a equipe de transição

Rosana Hessel
postado em 09/11/2022 15:07 / atualizado em 09/11/2022 15:08
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Santiago do Chile – O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Dyogo Oliveira, demonstra otimismo com a economia brasileira e a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele prevê crescimento em torno de 15% no setor neste ano e avanço acima do Produto Interno Bruto (PIB) também em 2023.

O ex-ministro do Planejamento do governo Michel Temer (MDB) destacou que as estimativas de avanço de 10% a 11%, em termos nominais, no PIB deste ano e acredita que, em termos reais (descontada a inflação), a expansão da economia deverá ficar acima das estimativas do mercado. “Eu sou otimista. A indústria de seguros é muito conectada com a economia e costuma crescer acima da média do PIB e essa é uma tendência que vem ocorrendo ao longo dos anos e deve continuar”, apostou Oliveira, em entrevista ao Correio.

A mediana das projeções atuais do mercado para crescimento real (descontada a inflação) do PIB neste ano é de 2,76%, passando para 0,70%, em 2023, conforme dados do boletim Focus, do Banco Central.

Oliveira acredita que o Brasil poderá crescer bem acima desse patamar no ano que vem, apesar das estimativas do mercado indicarem uma forte desaceleração da economia, em grande parte, devido ao impacto defasado do aperto monetário do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros (Selic) para 13,75% ao ano desde agosto deste ano. “Acho que o PIB pode crescer mais no ano que vem. Estou bem otimista, porque acredito que, no próximo ano, não haverá mais guerra na Ucrânia e será possível um afrouxamento na política monetária ainda no primeiro semestre”, apostou.

Na avaliação dele, o mercado de trabalho deve continuar aquecido, com a renda dos trabalhadores continuando a crescer, porque o índice de ocupação já recuperou o patamar pré-pandemia. “Não tenho nenhum motivo para acreditar que o Brasil vai crescer menos de 2% no ano que vem”, afirmou o presidente da CNSeg, que está na capital chilena para realizar encontros com entidades seguradoras da América Latina.

Na segunda-feira (7/11), a CNSeg fez o lançamento oficial da Conferência Hemisférica da Federação Interamericana de Seguradoras (Fides), que ocorrerá em setembro no Brasil, marcando a retomada do evento bianual, que foi interrompido durante a pandemia. A última conferência da Fides foi realizada na Bolívia, em 2019.

Novo governo

Oliveira fez questão de afirmar que o otimismo dele com a economia brasileira não tem a ver com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último dia 30. Contudo, ele elogiou os nomes dos economistas anunciados para compor a equipe de transição de governo. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da equipe de transição do novo governo, anunciou, ontem, os nomes dos economistas Pérsio Arida, André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello, para coordenar a área econômica do novo governo.

De acordo com ex-ministro do Planejamento, o fato de os economistas escolhidos terem perfis diferentes e, ao mesmo tempo, serem mais conciliadores ao centro do que para os extremos radicais, será muito positivo, especialmente na busca de uma proposta de política fiscal sustentável para o novo governo diante de um Orçamento bastante apertado e com várias despesas que comprometem o equilíbrio das contas públicas no ano que vem. “Todos têm experiência e o equilíbrio entre eles será bastante importante. Com essa equipe vai ser possível encontrar um conjunto de ações para criar uma proposta de política econômica e fiscal capaz de fazer o país voltar a crescer de uma maneira mais continuada”, afirmou Oliveira.

Arida e Resende são conselheiros do vice-presidente eleito e foram autores do “Plano Larida”, que deu origem ao Plano Real. Em 2018, Arida foi coordenador econômico de Alckmin pelo PSDB e Resende assessorou a campanha de Marina Silva (Rede) na mesma época. Os economistas petistas Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento e da Fazenda no governo Dilma Rousseff (PT), e Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também foram escolhidos para a coordenação do grupo de trabalho na área econômica da equipe de transição de governo.

*A jornalista viajou a convite da CNSeg

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