Santiago do Chile – A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) firmou, nesta segunda-feira (7/11), um acordo de cooperação com entidades de seguros privados de quatro países da América do Sul: a Associação de Seguradoras do Chile (AACH), Associação Argentina de Companhias de Seguros da Argentina (AACS), a Associação Paraguaia de Companhias de de Seguros (APCS) e Associação Uruguaia de Empresas Seguradoras (AUDEA).
Um dos objetivos do acordo é estabelecer a cooperação mútua entre as partes, para o desenvolvimento e implementação de um conjunto de ações e iniciativas voltadas à troca de informações, compartilhamento de boas práticas, realização de eventos e treinamentos técnicos, que visem o aprimoramento do mercado segurador da América Latina.
A assinatura do acordo antecedeu ao anúncio oficial da Conferência Hemisférica da Federação Interamericana de Empresas de Seguros (Fides), que será retomada em solo brasileiro em 2023 após a suspensão do evento bianual devido à pandemia.
O local da nova edição da Conferência será a cidade do Rio de Janeiro e o lançamento internacional da conferência foi feito pela CNSeg, em Santiago do Chile, para cerca de 150 convidados do setor de seguros da América Latina. O evento ocorrerá entre os dias 24 a 26 de setembro do próximo ano na capital fluminense.
A Fides é a maior plataforma ibero-americana de negócios e relacionamento do setor de seguros. O lançamento da próxima Conferência ocorre em meio a vários eventos do setor de de seguros na capital chilena. A última edição da Fides ocorreu em 2019, na Bolívia.
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, que também preside a Comissão Regional Sul da Fides, escolheu a capital chilena devido aos fóruns que ocorrem nesta semana contarão com a presença de atores da mais alta relevância para a indústria global de seguros. Além da Assembleia Geral da Global Federation of Insurance Associations (GFIA), ocorre nesta semana a reunião do Conselho da Presidência e da Assembleia Geral da Fides e a Conferência Anual da International Association of Insurance Supervisors (IAIS).
A implementação da agenda ESG está bastante avançada no país, segundo o presidente da CNSeg. “Se por um lado é uma oportunidade de crescimento, a agenda ESG é mais positiva para mercados e é um tema que ainda precisa ser tratado internamente nas companhias”, afirmou Oliveira. O executivo também destacou a importância do Open Insurance. O Brasil é o primeiro país do mundo a implementar esse serviço e o acordo de cooperação técnica multilateral também buscará o desenvolvimento de parcerias na região sul da Fides.
Ao comentar sobre o acordo assinado nesta segunda-feira, ele adiantou que haverá uma reunião do grupo de trabalho para dar continuidade à parceria em Brasília ou no Rio de Janeiro. “Vamos destacar que a agenda da FidesRio2023 está totalmente alinhada às diretrizes da CNseg e ao seu posicionamento no setor de seguros brasileiro de zelar pela imagem institucional do setor, estimular seu desenvolvimento, promover o intercâmbio entre os mercados regionais e realizar pesquisas e programas de educação em seguros”, disse Oliveira.
Dados nacionais
O Brasil é o principal mercado de seguros na América Latina e o 17º no ranking mundial. Em 2021, a receita do setor representou 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB), incluindo Saúde Suplementar, de acordo com a CNSeg.
Neste ano, o setor de seguros gerais arrecadou R$ 265,1 bilhões no acumulado até setembro, o que representa um crescimento de 18,2% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgados nesta segunda-feira. Desse total, 60,4% das receitas com prêmios estão no segmento de Vida e Previdência, conforme dados da CNSeg com base nos números da Susep.
No segmento de Danos e responsabilidade, um dos destaques foi o de seguros de automóveis, que representou 13,9% do total. Conforme os dados de setembro, a arrecadação de prêmios no seguro auto somou R$ 36,97 bilhões no acumulado de 2022, dado 34,3% acima do registrado no mesmo período de 2021.
As indenizações acumuladas no ano somaram R$ 166,6 bilhões até setembro, valor 19,7% superior ao registrado no mesmo período de 2021. Desse total, que não inclui gastos com a área de saúde, a maior parte foi em cobertura pessoal (53,9%), um total de R$ 89,9 bilhões. Em segundo lugar, R$ 45,6 bilhões, ou 27,4% do total, foram destinados a danos e responsabilidades, como seguros de automóveis. O segmento rural foi oque registrou maior crescimento entre os sinistros: 112,4%, para R$ 9,7 bilhões pagos pelas seguradoras do mercado privado.
*A jornalista viajou a convite da CNSeg
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