O Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (MPC, na sigla em inglês) elevou sua taxa principal de juros em 75 pontos base, para 3,0% ao ano, em seu maior aumento desde 1989. A decisão, anunciada nesta quinta-feira (3/11), representa uma aceleração da política contracionista, uma vez que a decisão de setembro havia sido uma alta de 50 pontos base.
As políticas fiscais da ex-primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss, que renunciou após enfrentar forte rejeição a seus planos, provocaram um "questionamento" sobre a estabilidade política do país, e isso terá um "impacto prolongado", de acordo com o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey.
Mesmo com a economia do Reino Unido entrando em uma recessão esperada, o MPC luta para evitar um avanço na inflação, impulsionado pela alta dos preços da energia. A decisão não foi unânime, dois membros do comitê votaram por aumentos menores, de 0,5 e 0,25 ponto porcentual.
Este foi o oitavo aumento consecutivo da taxa de juros. A elevação veio em linha com as projeções do mercado, que precifica um juro de 5,25% em 2023.
Saiba Mais
O MPC sinalizou que não espera continuar elevando os custos de empréstimos tanto quanto os investidores antecipam para domar a inflação. "Podem ser necessários novos aumentos nos juros para um retorno sustentável da inflação à meta, embora a um pico inferior ao precificado nos mercados financeiros", informou o comunicado.
Inflação
O Banco da Inglaterra prevê que a inflação atingirá uma máxima de 40 anos de cerca de 11% durante o trimestre atual, mas avisa que o Reino Unido já entrou em uma recessão que pode durar dois anos. "As últimas projeções do comitê descrevem uma perspectiva muito desafiadora para a economia do Reino Unido", disse o BoE. "Espera-se que esteja em recessão por um período prolongado."
Políticas fiscais
Em coletiva de imprensa após a decisão monetária de hoje, o presidente do BoE, Andrew Bailey, lembrou que houve alta volatilidade nos mercados britânicos recentemente, em um momento que a economia enfrenta o choque que mais afeta a renda da população desde a década de 1970, segundo ele.
Apesar disso, Bailey reforçou a necessidade por elevar os juros para controlar a inflação. Não fazer isso "pioraria o problema", alertou. Entre as políticas fiscais em vigor, o alívio do custo de energia aos britânicos deve pressionar a inflação e sustentar o consumo, disse o dirigente.
(com informações da Agência Estado)
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